“A história terá que contar com os pobres da América Latina, que decidiram reescrevê-la para sempre. (…) Enquanto os povos economicamente dependentes não se libertarem dos mercados capitalistas e, em bloqueio com os países socialistas, impuserem nossas relações entre exploradores e explorados, não haverá desenvolvimento econômico sólido“, disse Che em frente aos maiores chefes de Estado do mundo.
A morte de Che Guevara completou 55 anos e mais uma vez seu nome foi usado durante um debate político no Brasil. Agora, o responsável por falar sobre ele foi o Padre Kelmon. Mas afinal, quem foi Ernesto Rafael Guevara de la Serna?
Mais conhecido como Che Guevara, foi um revolucionário, marxista, médico, diplomata e famoso guerrilheiro argentino, nascido em Rosário em 14 de junho de 1928.
Vindo de uma família de classe alta, Che Guevara se formou em Medicina em Buenos Aires e se chocou com a pobreza e a desigualdade social da população sul-americana após viajar pelo continente com o amigo Alberto Granado, primeiro de moto e depois a pé e com ajuda de caronas.
Os dois passaram por Chile, Peru, Colômbia e Venezuela, e foi por meio desse contato com a população em situação de vulnerabilidade social que Che Guevara tomou a decisão de se unir à Revolução Cubana (1953 – 1959), sendo um dos maiores nomes responsáveis por derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista (1901 – 1973), em 1959, além de ser considerado o braço direito de Fidel Castro (1926 – 2016).
Em 1961, Che Guevara fez uma viagem diplomática ao Brasil, o que o levou a ser condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, uma das maiores honrarias brasileiras, pelo então presidente Jânio Quadros. Sua passagem pelo país foi breve e logo ele retornou a Cuba para, de fato, abandonar suas funções no governo cubano, mas não sem antes viajar até Nova York, nos Estados Unidos, em 1964, para um discurso histórico na sede da ONU (Organização das Nações Unidas).
“A história terá que contar com os pobres da América Latina, que decidiram reescrevê-la para sempre. (…) Enquanto os povos economicamente dependentes não se libertarem dos mercados capitalistas e, em bloqueio com os países socialistas, impuserem nossas relações entre exploradores e explorados, não haverá desenvolvimento econômico sólido“, disse Che em frente aos maiores chefes de Estado do mundo.
Após abandonar suas funções, Che decidiu levar sua revolução para outros países, mas suas tentativas foram fracassadas, sendo a última na atual República Democrática do Congo, entre 1965 e 1966. Viveu seus últimos anos na Bolívia e tentou derrubar a ditadura boliviana, assim como fez em Cuba, mas, sem apoio, foi perseguido pelo exército boliviano e também pela inteligência norte-americana.
Foi capturado em 1967, em Quebrada del Churo, na Bolívia, levado para La Higuera e executado em 9 de outubro de 1967. Seus restos mortais só foram encontrados em 1997 e, após exames de DNA, foram levados para Cuba e colocados em um memorial, localizado em Santa Clara.
Nome de Che Guevara foi citado durante debate de ontem entre presidenciáveis
Faltando dois dias para as eleições brasileiras de 2022, presidenciáveis participaram do último debate organizado pela TV Globo na noite de ontem (29). Durante a sabatina, Padre Kelmon (PTB), ao responder uma pergunta sobre o tema “Educação”, criticou estudantes que usam camisas de Che Guevara e afirmou que o guerrilheiro foi um “assassino de sacerdotes”, além de acusar as universidades de investir contra os valores cristãos.
“As universidades hoje no Brasil viraram um ninho, né? De pessoas que militam por ideologias que vão contra os valores, contra o cristianismo. Vocês que fizeram das nossas universidades um lugar para formar soldadinhos que vão defender essas ideologias, não é? Que está aí matando tantas pessoas na América Latina. A gente chega numa universidade e vê jovens utilizando camisetas com Che Guevara. Aí eu pergunto a você, universitário: Você sabe quem foi Che Guevara? Um assassino de sacerdotes”, disse Kelmon.
Até hoje há controvérsias sobre quem de fato foi Che Guevara e sobre seus atos, principalmente relacionados a Fidel Castro, porém a informação sobre Guevara ser assassino de sacerdotes nunca foi confirmada por nenhuma fonte histórica que estuda a vida e os feitos do ex-guerrilheiro.
Lorraine Perillo/30/09/2022 12h58