O que é o Produto Interno Bruto, o PIB, do país?

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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O Produto Interno Bruto (PIB) é responsável por medir o desempenho econômico de um país em determinado período, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O IBGE explica que o indicador pode ser visto como uma fotografia da economia por se tratar do cálculo do valor que considera o total de bens e serviços finais produzidos no país naquele momento específico que está sendo analisado.

No entanto, é importante ressaltar que a análise é feita com base somente nos bens e serviços finais produzidos para evitar a dupla contagem. “Por exemplo, na produção de um automóvel. Temos que descontar do valor de produção do automóvel todos os insumos que foram utilizados para produzi-lo, como plástico, borracha e vidro. Porque, senão, vamos contar esses insumos duas vezes”, explica Claudia Dionisio, gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE.

A gerente ainda esclarece que o cálculo do PIB é realizado levando em consideração o valor desses bens e serviços adicionados à economia e também os impostos que recaem sobre esses produtos.

Além disso, o IBGE realiza a mediação do PIB de forma a medir a riqueza nacional, mas também faz esse cálculo de forma segmentada, o que permite, por exemplo, obter dados sobre o PIB do agronegócio exclusivamente e onde estão concentrados os pólos de desenvolvimento dessa atividade no país.

Já em relação à periodicidade, o indicador mede o balanço geral anual, mas também pode ser calculado em intervalos menores de tempo, como em trimestres, permitindo, assim, o acompanhamento do índice e possíveis revisões sobre o valor estimado para o ano corrente.

Para realizar esse cálculo, o IBGE leva em consideração os seguintes indicadores:

  • Balanço geral de pagamentos, feito pelo Banco Central;
  • Declarações de Informações Econômicos-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), realizado pela Secretaria da Receita Federal;
  • Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPA), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV);
  • Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), feito pelo IBGE;
  • Produção Agrícola Municipal (PAM) – IBGE;
  • Pesquisa Anual do Comércio (PAC) – IBGE;
  • Pesquisa Anual de Serviços (PAS) – IBGE;
  • Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) – IBGE;
  • Pesquisa Anual – Empresa (PIA – Empresa) – IBGE;
  • Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM – PF) – IBGE;
  • Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) – IBGE;
  • Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) – IBGE. 

Limitações do PIB 

O cálculo do PIB, segundo o IBGE, não tem como objetivo o desenvolvimento do país, mas pode ser usado como um instrumento para tomada de decisões e formulação de políticas públicas, por exemplo. 

Ainda que relevante para indicar a saúde econômica do país, o Produto Interno Bruto não expressa fatores importantes como a distribuição de renda, qualidade de vida, educação e saúde, como informa o IBGE. “Um país tanto pode ter um PIB pequeno e ostentar um altíssimo padrão de vida, como registrar um PIB alto e apresentar um padrão de vida relativamente baixo”.

Entenda como o PIB afeta o cotidiano da população brasileira

Foto: Agência Brasil

O Fundo Monetário Internacional (FMI) aumentou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022 para 2,8%, ante 1,7%, conforme apontado na estimativa anterior, de julho. Já para 2023, a projeção do FMI revela que o PIB brasileiro deve ter elevação de 1%.

O relatório Focus divulgado na última segunda-feira (24) também aumentou a previsão de crescimento para este ano. A expectativa para o PIB de 2022 passou de 2,71% para 2,76%. Foi a segunda alta consecutiva da estimativa. Para 2023, o mercado estima que o PIB vai subir 0,63%, ante os 0,59% projetados no relatório Focus anterior. 

O crescimento do indicador calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também registrou alta: no acumulado dos quatro trimestres até junho deste ano, foi de 2,6%. Os setores que despontam nessa recuperação do PIB são o de serviços e a indústria.

O economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo, acredita que a perspectiva de um cenário mais positivo veio, principalmente, com o fim da pandemia, já que a economia voltou a se movimentar em níveis semelhantes aos notados antes de 2020. Além disso, ele também destaca como motivo a aprovação de reformas importantes, como a previdenciária e a trabalhista. 

“O Brasil fez um conjunto de reformas espetaculares nos últimos seis anos, que melhoraram muito o comportamento da economia e gerou um grande aumento na taxa de investimento. Entre elas estão a reforma trabalhista, reforma da previdência, autonomia do Banco Central, os novos marcos regulatórios de saneamento e ferrovias. A taxa de investimento da economia brasileira passou de 14,6% para mais de 19% do PIB, entre 2017 e 2021”, avalia. 

A nova estimativa do FMI para o desempenho da economia do Brasil neste ano é superior a dos índices projetados para países sul-americanos, como Chile (2,0%), Paraguai (0,2%) e Peru (2,7%). E maior também que a de economias avançadas, como Estados Unidos, Alemanha, França e Japão.

Como o PIB afeta a vida da população?

Apesar de o cálculo desconsiderar as particularidades e os comportamentos individuais da população, o indicador reflete diretamente no cotidiano dos brasileiros. Quanto mais aquecida a economia, maior o aumento da oferta de empregos, por exemplo, como explica o mestre em economia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Murilo Viana.

“Significa mais otimismo em relação à perspectiva de crescimento econômico e isso reverbera, então, em uma maior demanda de serviço, bens e movimento da economia. Isso traciona uma maior produção industrial e geração de emprego e renda. É uma forma direta de atingir as pessoas comuns”, afirma o economista.

Segundo Viana, um dos principais fatores que influenciam no PIB do país é o consumo das famílias. Como consequência, as empresas precisam investir mais na produção de produtos e serviços para atender a essa demanda, que pode resultar em mais contratações de trabalhadores.

“Demandando menos trabalhadores você vai ter um processo de demissão ou diminuição em contratações e, evidentemente, também um esfriamento do mercado de trabalho e da capacidade de aquisição de bens e serviços por parte da população. Então, todos esses elementos compõem, digamos, uma grande matriz de demanda de serviços”, destaca. 

Fonte: Brasil 61

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