O segundo turno das eleições à Presidência da República e para eleger os governadores de 12 estados tem ocorrido de forma mais rápida e tranquila no país neste domingo (30).
Há relatos de ocorrências como prisões por boca de urna, atitude que é proibida pela Justiça Eleitoral, de desordem e até mesmo uma tentativa de atear fogo numa seção durante a madrugada, mas na maioria das capitais os relatos dos Tribunais Regionais Eleitorais indica a ausência de filas e rapidez na hora de o eleitor votar.
As principais ocorrências foram registradas no Sul do país. A votação no Rio Grande do Sul teve seis registros de ocorrências, duas delas por desordem, outras duas por boca de urna, uma por porte ilegal de arma e uma por dano a patrimônio.
A ocorrência mais grave foi uma tentativa de atear fogo em uma sala de aula de um colégio onde estava uma urna no bairro Restinga, na periferia de Porto Alegre, durante a madrugada.
Os vândalos invadiram o pátio da escola, abriram uma janela e arremessaram garrafas pet e papéis em chamas na sala. O segurança do local, porém, controlou as chamas, e a votação iniciou às 8h sem problemas.
Outras quatro ocorrências de boca de urna e uma de propaganda eleitoral foram registradas em Santa Catarina na manhã deste domingo.
Já no Paraná, não houve grandes filas nem problemas graves de segurança durante as eleições até as 11h. Na abertura das sessões, 73 urnas precisaram ser substituídas no estado, segundo o TRE.
Em São Paulo, o início da votação aconteceu sem maiores problemas na manhã deste domingo (30).
Por volta das 11h20, a Polícia Militar paulista deteve um homem que portava um simulacro de arma de fogo na escola estadual Professora Esther Garcia, no Grajaú, zona sul da capital.
Algumas filas começaram a se formar ainda durante a manhã em Higienópolis e Liberdade, na região central, e em Socorro, na zona Sul. Menores, no entanto, do que as registradas no primeiro turno.
Já na Mooca, o Externato Nossa Senhora Menina tem bastante movimentação, mas sem demora nas cabines. Em uma escola na Saúde, o clima segue tranquilo, com eleitores dos candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) conversando na saída das seções.
No interior paulista, o movimento também é menor do que no último dia 2 de outubro, quando houve registros de filas em algumas das maiores cidades. Em locais como Campinas, Ribeirão Preto e Franca, relatos de eleitores apontam para rapidez no momento de votar.
O presidente do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), Paulo Galizia, disse que as eleições em segundo turno em São Paulo ocorrem dentro da normalidade, e sem filas como as que vistas na primeira etapa do pleito.
“Tanto o eleitor quanto o mesário já estão treinados em relação ao primeiro turno. O eleitor, no primeiro turno, às vezes tinha dificuldade para localizar o seu lugar de votação. Agora, ele já vai direto para o local. O fluxo está melhor. Tudo o que você faz pela segunda vez, você dá uma maior perfeição, e isso também está contribuindo”, ressaltou.
Segundo ele, algumas seções do estado registraram problemas pontuais por falta de luz, provocada pelo temporal ocorrido no sábado (29), mas o pleito ocorre normalmente nestes locais porque a urna eletrônica está operando à bateria. As concessionárias de energia já foram alertadas da falta de eletricidade.
No segundo maior colégio eleitoral do país, Minas Gerais, a votação está tranquila neste domingo segundo o TRE, sem registro de filas ou tumultos nos locais de votação.
De acordo com a Polícia Militar, foram registradas 41 ocorrências, até as 11h, com 4 prisões devido a boca de urna e tentativa de fotografar ou filmar o voto.
Durante a manhã, usuários do transporte metroviário em Belo Horizonte, diziam nas redes sociais que a gratuidade determinada pela Justiça Federal não estava sendo cumprida. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos afirmou que foi notificada da decisão por volta das 10h50 e passou a cumprir a decisão na íntegra.
No Rio, a votação segue sem maiores problemas neste domingo. Ao contrário do que ocorreu no primeiro turno, não há relatos de longas filas em locais de votação.
Os eleitores do estado votam apenas para presidente, já que o governador Cláudio Castro (PL) foi reeleito no primeiro turno.
No Nordeste, a votação transcorre em clima de tranquilidade em Salvador e, ao contrário do primeiro turno, houve até aqui poucos registros de filas nas seções eleitorais.
O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) da Bahia informou que, por problemas técnicos, houve substituição de 16 urnas eletrônicas em seções eleitorais de 12 municípios, incluindo a capital.
Em todo o estado funcionam cerca de 35 mil seções para atender aos mais de 11 milhões de eleitores.
Fortaleza tem cenário tranquilo nas primeiras horas do segundo turno. Locais de votação que registraram grandes filas no turno inicial, como a Secretaria de Educação do Ceará, na praia de Iracema, estavam vazios e as pessoas demoravam poucos minutos para votar.
O Ceará não tem eleição para governador neste segundo turno, já que Elmano de Freitas (PT) no último dia 2. Não houve relato de confusão entre eleitores de Lula e de Bolsonaro até o fim da manhã.
Em Pernambuco, também não houve problemas graves e apenas filas pontuais em colégios eleitorais.
No estado, são mais de 7 milhões de eleitores aptos a votar. Além de escolherem o próximo presidente e governadora, em duas cidades do interior, Pesqueira e Joaquim Nabuco, há eleições suplementares para prefeito em razão da cassação dos eleitos em 2020.
No maior estado do Norte, Amazonas, o clima é de tranquilidade neste segundo turno da eleição no centro de Manaus, onde estão alguns dos principais locais de votação da cidade. Não houve longas filas durante a manhã.
Em razão do alinhamento dos horários de votação em todo o país, os locais de votação foram abertos em Manaus às 7h locais (8h, no fuso horário de Brasília). O encerramento será às 16h, hora local.
Em 13 cidades do Amazonas, por haver duas horas de diferença no fuso horário, o horário de votação é das 6h às 15h.
No Colégio Amazonense Dom Pedro 2º, um dos mais tradicionais do centro da cidade e tombado como monumento histórico do estado, a votação transcorreu com tranquilidade até aqui, sem grandes filas.
Até as 11h30, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foram substituídas 1.883 urnas eletrônicas no país, o que representa 0,35% do total dos equipamentos que podem ser usados.
Em nenhuma cidade houve necessidade de votação manual até aqui, ainda conforme o TSE.
Folhapress