O secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, pediu exoneração do cargo, segundo informações obtidas pela reportagem.
A baixa no time do ministro Paulo Guedes (Economia) ocorre a menos de um mês do fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A reportagem tentou contato diretamente com Colnago, mas não obteve resposta. Procurado, o Ministério da Economia não quis comentar.
Colnago assumiu o principal cargo da área fiscal do Ministério da Economia após uma debandada de secretários de Guedes em meio a uma operação do governo para driblar a regra constitucional do teto de gastos e turbinar despesas em 2022 por meio da chamada PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios.
A proposta adiou parte das despesas da União com sentenças judiciais e mudou a fórmula de correção do limite de gastos, abrindo mais de R$ 100 bilhões para a ampliação de programas do governo Bolsonaro neste ano.
Mesmo com a PEC dos Precatórios, o atual governo aprovou neste ano uma segunda PEC para autorizar R$ 41,2 bilhões em gastos extras às vésperas da eleição.
Colnago é servidor de carreira (analista do Banco Central) e já passou por diferentes funções na equipe econômica. Ele ocupou postos de destaque durante o governo Michel Temer (MDB), atuando como secretário-executivo do Ministério do Planejamento e, posteriormente, como ministro da pasta.
No governo Bolsonaro, ele integrou desde o início o time de Guedes, primeiro como secretário especial adjunto de Fazenda, depois como chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do ministério.
O agora ex-secretário e ex-ministro é mestre em Ciências Econômicas pela UnB (Universidade de Brasília) e especialista em contabilidade pública.
Ele também ocupou a presidência dos Conselhos de Administração da Casa da Moeda, de Recursos do Sistema Financeiro Nacional e de Administração do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).
Idiana Tomazelli/Folhapress