Ninguém está acima da lei, diz chefe do Exército sobre punições após ataques golpistas

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Foto: Divulgação

O novo comandante do Exército, Tomás Paiva, afirmou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que as investigações em curso sobre a participação de militares nos ataques golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, vão avançar.

Os dois se reuniram na quinta-feira (26), no Palácio do Planalto, com a presença do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.

Nesta sexta (27), Tomás teve uma reunião com o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e falou sobre possíveis punições a militares que tenham participado dos atos de vandalismo às sedes dos três Poderes.

“Qualquer militar ou civil, ninguém está acima da lei. Então, isso aí a gente faz com tranquilidade”, disse.

Ele afirmou que foi uma “visita de cortesia” e que a indústria de defesa foi uma das pautas do encontro.

O comandante também evitou anunciar novas mudanças em cargos do Exército. “Por enquanto, a gente está tranquilo. Quando tiverem as reuniões administrativas normais de promoção e de transferência, a gente vai fazer as trocas necessárias”, declarou.

Segundo relatos sobre a reunião dele com Lula, Tomás pediu ao petista que confie nele e lhe dê tempo para fazer as construções de modo a pacificar a relação do governo com o Exército.

Disse ainda que os pareceres a respeito das apurações que miram fardados estão sendo elaborados.

Foi a primeira conversa mais aprofundada entre Tomás e Lula desde que o militar foi nomeado comandante, no último sábado (21).

Naquele dia, o general foi levado ao presidente para ser apresentado como o substituto de Júlio César de Arruda, que comandava as tropas até então.

A demissão de Arruda ocorreu em meio a uma crise de confiança aberta após os ataques do dia 8 de janeiro.

Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, o novo chefe do Exército, era comandante militar do Sudeste (responsável por São Paulo).

Na semana anterior à sua promoção, ele havia divulgado um discurso incisivo de defesa da institucionalidade, pedindo o respeito ao resultado das eleições e afirmando o Exército como apolítico e apartidário.

Julia Chaib/Matheus Teixeira/Folhapress

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