O veterinário Vitor Morato mora em uma quitinete de 25m² e convive com uma cadela são bernardo, uma collie, um gato, um pinscher e um coelho: tudo foi adaptado para a chegada da turma e eles convivem em harmonia – (Foto: Arquivo pessoal)
Na busca por um lar completo e repleto de amor, algumas famílias optam pelos amigos de quatro patas. A chegada de um novo membro à casa é sempre motivo de muita alegria, e, quando esse integrante é aquele animalzinho que foi incansavelmente desejado, é imprescindível que tudo saia perfeitamente bem.
Cães, coelhos ou gatos, independentemente de qual seja o pet escolhido, é profundamente importante que exista um preparo do lar para a chegada do animal, afinal, ele será inserido em um lugar estranho precisa se sentir seguro em seu novo lar. Junto a isso, é necessário que exista benevolência no processo, pois toda adaptação exige tempo e paciência.
Vitor Morato é médico veterinário formado pela Upis e explica que é necessário estudar sobre o animal adotado para saber do que ele precisa, o que é desnecessário e o que terá de ser adaptado para proporcionar melhor qualidade de vida.
O veterinário mora em uma quitinete de 25m² e convive com uma cadela são bernardo, uma collie, um gato maine coon, um pinscher e um coelho. Ele informa que, desde que você entenda a necessidade de cada raça, adapte-se e esteja disposto a abrir mão de muitas coisas para proporcionar bem-estar aos pets, é possível que todos convivam em harmonia. Vitor, por exemplo, sai para passear com os amigos ao menos cinco vezes ao dia.
Quando o pet é um gatinho
Os gatos são animais que têm suas individualidades. Mais suscetíveis ao estresse, os felinos encontram dificuldade em adaptar-se às mudanças, exigindo, desta maneira, atenção dos tutores. Certamente, você já ouviu falar em enxoval para bebês — algo essencial antes da chegada de um. Mas e o enxoval para gatinhos? Saiba que, assim como nos casos dos bebês, essa é uma etapa indispensável antes de receber os felinos.
Adriane Carminati, médica veterinária pós-graduada em medicina felina e proprietária da
clínica Carminati felinos, explica que o planejamento facilita a adaptação do pet. “É fundamental preparar um enxoval para a chegada do novo ente familiar, comprar caixas para a areia higiênica (número de gatos +1), ração superpremium, comedouros e bebedouros, enriquecer o ambiente com tocas para esconderijo e verticalização ambiental.”
Karine Zargidsky, médica veterinária do Hospital veterinário Star vet, conta que os gatos têm comportamentos naturais, como arranhar troncos de árvores e subir em locais altos. Sendo assim, é importante entender os costumes e suprir as necessidades do animal para que haja uma boa convivência.
“O enriquecimento ambiental adequado evita que o gatinho arranhe sofás, cadeiras e cortinas. É importante disponibilizar água fresca e filtrada em vários locais da casa, além de comida de qualidade em um lugar adequado, silencioso e longe da caixa de areia “, aconselha Karine.
Um cão em casa
Assim como as crianças, os cãezinhos, quando ainda filhotes, são excessivamente curiosos e abrigam grandes níveis de energia. Os mais velhos, em sua maioria, costumam ser mais calmos, a depender da raça e da personalidade, mas se sentem desconfiados e, às vezes, ansiosos, quando transferidos para um local que, até então, desconheciam. Desta maneira, é preciso que, para cada situação, haja adaptações adequadas para a qualidade de vida do animal.
Vitor Morato explica que, para os cachorros, providenciar brinquedos e itens capazes de distrair e amenizar a ansiedade devem ser algumas das primeiras preocupações a serem consideradas. “Tem alguns tapetinhos texturizados que a gente mistura patê e coloca no congelador, então o cachorrinho fica ali por diversos momentos lambendo o tapetinho e se distrai, isso evita que ele destrua os móveis.
”A rotina é muito importante para os cães, então é indispensável que, ao chegar, já exista um cantinho preparado com água, ração e caminha, além de um “banheiro” exclusivo, que facilite a percepção de que aquele local está reservado especificamente para o xixi e o cocô.”
Helen da Costa, secretária escolar, preparou a casa para receber Frida, uma pug, ainda filhote, à época. Por meio da leitura de artigos, de indicações das cuidadoras do canil onde Frida foi adotada e de vídeos na internet, a tutora soube que deveria fazer algumas adaptações antes da chegada da pug.
“Mudanças pequenas foram feitas, como a troca dos produtos tradicionais de limpeza, por outros mais leves. Por exemplo, álcool e desinfetantes foram trocados por essências funcionais, como a citronela e o óleo de eucalipto. As adaptações internas foram basicamente trocas de lugares. De acordo com o que ela ia brincando ou pegando, fomos nos adequando”, explica Helen.
Pets exóticos
No caso dos pets exóticos, coelhos, hamsters e porquinhos-da-Índia, o espaço adequado é uma das questões mais importantes. Sofia La Rocca, médica veterinária residente em medicina de animais selvagens, relata que os hamsters, por conta do comportamento natural, andam muito; então, se você pretende adotar um, uma gaiola com 80cm de comprimento e 40cm de largura é o principal item. “Oferecer rodinhas, desde que tenham um tamanho adequado para a coluna, é muito importante para que eles gastem essa energia.
”No caso dos coelhos, por serem animais classificados como presas naturais quando na natureza, a veterinária explica que cercadinho com tocas, para eles se esconderem, traz sensação de segurança. Brinquedos de feno e madeira ajudam na distração.
Amélia Lucena, empresária, relata que o filho ganhou da avó um casal de hamsters. A família acabou colocando o casal, Tico e Teca, juntos, o que gerou alguns filhotinhos. Infelizmente, posteriormente alguns morreram, restando apenas dois, o pai, Tico; e a filha, Biju.
No começo, eles compraram gaiolas, mas, depois, ao observar o comportamento dos animais, julgaram pequenas. Perceberam, também, que manter os animais juntos estava gerando brigas e estresse por causa da rodinha na gaiola, que eles, aparentemente, gostavam muito. Então, a família adquiriu gaiolas maiores, com tubos e rodas, o que garante a diversão, atualmente, e afasta o estresse que existia antes.
Por Letícia Guedes/Correio
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