Os dois municípios brasileiros com mais ovinos estão na Bahia: Casa Nova e Juazeiro, diz IBGE

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Em 2022, na Bahia, rebanho bovino e produção de leite e ovos bateram recordes históricos.

** Entre 2021 e 2022, o número de bovinos no estado cresceu 6,6% e chegou a 12,5 milhões de animais, maior quantidade em 48 anos. O maior rebanho estava em Itamaraju (187,8 mil cabeças);

** Produção de leite (+6,3%) e de ovos de galinha (+2,5%) na Bahia também aumentaram e foram recordes em 48 anos, lideradas, respectivamente, por Itarantim e Eunápolis;

** Efetivo baiano de caprinos teve o maior crescimento do país entre 2021 e 2022, e o estado manteve a liderança nacional, com 3,7 milhões de cabeças. Casa Nova (1º), Juazeiro (3º) e Curaçá (4º) estão entre os municípios brasileiros com mais caprinos;

** Rebanho de ovinos da Bahia também liderou o crescimento do país entre 2021 e 2022, e o estado seguiu com o maior efetivo do Brasil: 4,7 milhões de animais. Os dois municípios brasileiros com mais ovinos estão na Bahia: Casa Nova e Juazeiro;

** Entre 2021 e 2022, a produção de mel na Bahia voltou a crescer (+7,0%), liderada pelo município de Campo Alegre de Lourdes;

** Com alta em todos os quatro produtos pesquisados, o valor total da produção da pecuária baiana aumentou 17,0% de 2021 para 2022, chegando a R$ 3,2 bilhões, o mais elevado nos 28 anos do Real;

** Por outro lado, o valor da aquicultura caiu na Bahia, em 2022 (-5,8%), após três anos de altas, indo a R$ 183,4 milhões. A redução foi puxada pela tilápia, que perdeu o posto de maior valor da produção da aquicultura baiana para o camarão;

** As informações são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), do IBGE.

De 2021 para 2022, seis dos oito rebanhos investigados na Bahia pela Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), do IBGE, mostraram crescimento de efetivos. Dentre estes, o de bovinos aumentou pelo segundo ano consecutivo, atingindo o maior contigente da série histórica, quebrando um recorde que perdurava desde 1992.

Além disso, todos os quatro produtos de origem animal acompanhados pela pesquisa no estado tiveram aumentos quantitativos entre 2021 e 2022; e as produções de leite e ovos de galinha bateram novos recordes. 

Com isso, o valor total da produção animal na Bahia avançou de forma significativa entre 2021 e 2022, de R$ 2,7 bilhões para R$ 3,2 bilhões, um crescimento de 17,0%, ou mais R$ 466,2 milhões em um ano. O montante gerado pelos produtos da pecuária baiana em 2022 foi o maior nos 28 anos de vigência do Real (desde 1994), com todos os quatro produtos tendo altas.

Por outro lado, o valor da aquicultura caiu na Bahia (-5,8%) em 2022, após três anos seguidos de resultados positivos, indo a R$ 183,4 milhões.

Dentre os efetivos da pecuária, um dos principais destaques positivos foi para os bovinos. Entre 2021 e 2022, o plantel desses animais na Bahia aumentou de 11,8 milhões para 12,5 milhões (+6,6%), o que representou mais 771,1 mil cabeças. 

Foi o 6º maior crescimento do país em números absolutos e fez com que o efetivo baiano de bovinos quebrasse o recorde anterior, que vigorava desde 1992, atingindo, em 2022, seu maior patamar nos 48 anos da PPM, que começou em 1974.

O aumento no número de bovinos em 2022 foi o segundo consecutivo no estado. Com o resultado positivo, a Bahia manteve o 7º maior efetivo do país, respondendo por 5,3% do total nacional, que foi de 234,4 milhões de cabeças (+4,3% frente a 2021).

Tanto em 2021, quanto em 2022, Itamaraju (187,8 mil animais), Itanhém (168,0 mil) e Itarantim (164,5 mil) foram as cidades com os maiores rebanhos bovinos da Bahia. De um ano para o outro, Santa Rita de Cássia teve o maior aumento no número de bovinos no estado, 15,5%, de 128,8 mil para 148,7 mil cabeças. A cidade passou do 9º para o 4º maior plantel de bovinos da Bahia, no ano passado.

Rebanhos baianos de caprinos e ovinos têm os maiores crescimentos absolutos, puxados por Juazeiro, e seguem os mais numerosos do Brasil

Entre 2021 e 2022, a Bahia teve os maiores crescimentos absolutos do país nos efetivos de caprinos (mais 306,5 mil bodes, cabras e cabritos, ou +9,0%) e ovinos (mais 412,5 mil ovelhas, carneiros e borregos, ou +9,7%). Ambos voltaram a aumentar após terem diminuído entre 2020 e 2021.

Com os resultados positivos, a Bahia manteve a sua posição de líder nacional nesses dois rebanhos de médio porte, com 3,7 milhões de caprinos e 4,7 milhões de ovinos em 2022. O estado respondia por 30,1% do rebanho brasileiro de caprinos, de 12,4 milhões de animais, e por 21,7% dos 21,5 milhões de ovinos do país.

O município baiano de Casa Nova liderava nacionalmente nos dois casos, com os maiores efetivos de caprinos (690,1 mil) e ovinos (617,8 mil animais) do Brasil.

No caso dos caprinos, Juazeiro (339,6 mil cabeças) ficava em 2º lugar na Bahia e tinha o 3º maior efetivo nacional, enquanto Curaçá (316,5 mil animais) tinha o 3º maior efetivo baiano e o 4º maior do Brasil. 

Já entre os ovinos, em 2022, abaixo de Casa Nova (617,8 mil animais), vinha Juazeiro (343,6 mil), com o 2º maior efetivo nacional e da Bahia. Remanso (321,9 mil) tinha o 3º maior efetivo da Bahia e o 5º do Brasil.

Juazeiro foi o município que mais influenciou no crescimento estadual dos dois rebanhos. A cidade ganhou 111,9 mil cabeças caprinos, passando de 227,7 mil em 2021 para 339,6 mil em 2022 (+49,1%), pulando da 4ª para a 3ª posição no ranking nacional. Já em relação ao efetivo de ovinos, foram adicionadas 110,6 mil cabeças, passando de 233,0 mil para 343,6 mil, entre 2021 e 2022 (+47,5%). Com isso, o município subiu da 5ª para a 2ª posição entre os maiores rebanhos do país.

Após atingir recorde em 2021, efetivo baiano de galináceos diminui em 2022

Apenas dois dos oito rebanhos investigados pela PPM apresentaram queda na Bahia entre 2021 e 2022. O suíno teve uma leve redução, de 0,4%, perdendo 3,7 mil cabeças em um ano e chegando a 989,0 mil. A maior retração, porém, veio do efetivo de galináceos (grupo que engloba frangos para corte e galinhas poedeiras).

Entre 2021 e 2022, o plantel de galináceos no estado diminuiu pela primeira vez após três anos seguidos de resultados positivos. De um ano para o outro, o número de animais caiu 1,2%, de 50,2 milhões, recorde histórico, para 49,7 milhões, o que representou menos 606,1 mil cabeças em um ano.

A queda no número de galináceos em 2022 se concentrou no efetivo destinado ao abate, que passou de 42,6 milhões para 41,9 milhões (-1,5%), já que o número de galinhas poedeiras (para produção de ovos) teve leve alta, passando de 7,68 milhões para 7,72 milhões (+0,5%).

Com o resultado negativo dos galináceos entre 2021 e 2022, a Bahia foi ultrapassada por Pernambuco e caiu do 7º para o 8º maior efetivo do país, respondendo por 3,1% do total nacional, que foi de 1,6 bilhão de cabeças (+3,8% em relação a 2021).

Tanto em 2021 quanto em 2022, Barreiras (7,3 milhões de animais), Conceição da Feira (3,9 milhões) e Luís Eduardo Magalhães (3,5 milhões) foram as cidades com os maiores plantéis de galináceos na Bahia. 

De 2021 para 2022, Eunápolis teve a maior queda no número de galináceos no estado (-15,3%), de 3,1 milhões para 2,6 milhões, e passou de 4º a 5º maior plantel. 

Produção de ovos de galinha na Bahia cresce e chega a 121,0 milhões de dúzias, a maior para o estado em 48 anos de série histórica

Entre 2021 e 2022, a produção de ovos de galinha na Bahia cresceu pelo terceiro ano consecutivo. No ano passado, foram produzidas 121,0 milhões de dúzias de ovos, recorde para o estado desde o início da série histórica da PPM, em 1974. Frente ao ano anterior, a Bahia apresentou aumento de 2,5% ou mais 2,9 milhões de dúzias.

Os principais municípios produtores de ovos de galinha no estado, em 2022, foram Eunápolis (23,2 milhões de dúzias), Barreiras (14,5 milhões de dúzias) e Entre Rios (10,1 milhões de dúzias). Frente a 2021, Eunápolis teve o maior aumento absoluto na produção de ovos, de 20,2 milhões para 23,2 milhões de dúzias (+14,9%).

A Bahia é apenas o 11º maior produtor de ovos de galinha no Brasil, respondendo por 2,5% das 4,9 bilhões de dúzias produzidas no país em 2022. No ano passado, o valor da produção de ovos na Bahia também cresceu 21,0%, chegando a R$ 732,9 milhões.

Em 2022, produção baiana de leite é recorde, mas produtividade cai pelo segundo ano consecutivo

Entre 2021 e 2022, a produção baiana de leite cresceu pelo segundo ano, tendo aumento de 6,3% e chegando ao recorde de 1,278 bilhão de litros. Junto ao aumento de produção baiana de leite, também houve crescimento no valor da produção, que chegou a R$ 2,4 bilhões, 16,1% a mais do que em 2021.

Já a produtividade do leite caiu pela segunda vez consecutiva no estado. Foi de 1,32 mil litros por vaca ordenhada, frente a 1,33 mil litros em 2021, em variação de -0,7% no período. Houve um aumento percentual maior no total de vacas ordenhadas (+7,1%, indo a 967.254) do que na produção leiteira (+6,3%).

A produtividade do leite na Bahia ainda é perto metade da brasileira, de 2,20 mil litros por vaca ordenhada em 2022, e quase 1/3 do alcançado pelos líderes Santa Catarina (3,78 mil litros por vaca) e Rio Grande do Sul (3,77 mil litros por vaca).

Em 2022, os municípios de Itarantim (45,5 milhões de litros), Medeiros Neto (32,6 milhões de litros) e Jaborandi (30,9 milhões de litros) foram os três maiores produtores de leite do estado.

Entre 2021 e 2022, produção de mel na Bahia volta a crescer

Após forte queda de 2020 para 2021, a produção baiana de mel voltou a crescer entre 2021 e 2022, passando de 4,6 mil toneladas para 4,9 mil toneladas (+7,0% ou mais 322 toneladas em um ano). Assim, a Bahia manteve o 5º lugar entre os maiores produtores do país, representando 8,1% do total nacional, que foi de 61,0 mil toneladas em 2022 (9,5% a mais que em 2021).

Com o aumento da produção, o valor do mel na Bahia também cresceu entre 2021 e 2022 (+7,4%), indo a R$ 64,8 milhões.

Em 2022, os municípios baianos com maiores produções de mel foram Campo Alegre de Lourdes (630 toneladas, o 5º maior produtor de mel do Brasil), Jeremoabo (510 toneladas, o 9º maior do país) e Ribeira do Pombal (252 toneladas, o 31º do país).

Com queda de 35,3% na produção, tilápia perde posto de maior valor da produção da aquicultura baiana para o camarão

Entre 2021 e 2022, a aquicultura na Bahia teve redução do seu valor da produção (-5,8%), após três anos em alta, passando de R$ 194,8 milhões para R$ 183,4 milhões. A queda foi puxada pela tilápia, que, desde o início da série histórica da aquicultura na PPM, em 2013, liderava essa produção no estado.

Em um ano, a produção de tilápia teve uma forte queda (-35,3%), de 12,5 mil toneladas em 2021 para 8,1 mil toneladas em 2022. A retração de 4,4 mil toneladas foi a maior do país, e a Bahia caiu do 7º para o 8º lugar entre os maiores produtores. 

No período, o valor do peixe recuou 24,4%, de R$ 102,3 milhões para 77,3 milhões. Em 2021, a tilápia detinha mais da metade do valor da aquicultura baiana (52,5%); no ano seguinte, a participação caiu mais de 10 pontos percentuais, para 42,1%. 

Líder na produção baiana do peixe, a cidade de Glória viu seu volume cair 46,1% em um ano, de 9,1 mil para 4,9 mil toneladas, entre 2021 e 2022. Ainda assim, o município representava 60,4% de toda a tilápia produzida do estado.

Com a redução da produção, a tilápia perdeu a liderança no valor da aquicultura baiana para o camarão, que teve alta de 14,9% no valor gerado, entre 2021 e 2022, chegando a R$ 79,4 milhões. A produção do crustáceo no estado também aumentou no período (+9,5%), chegando a 4,6 mil toneladas.

Com isso, a Bahia passou do 6º para o 5º lugar entre os maiores produtores de camarão no país. O município baiano que lidera na carcinicultura, no estado, é Valença, com 2,5 mil toneladas do crustáceo em 2022, 13,6% a mais do que no ano anterior.

Por Mariana Viveiros/Coordenação de Divulgação do Censo 2022

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