Apesar de o petista não querer reconhecer, o aborto do lançamento da candidatura de Geraldo Jr. (MDB) à Prefeitura de Salvador, previsto para esta semana, devido ao vazamento da informação de que o emedebista seria anunciado candidato do grupo governista a prefeito, favoreceu imensamente o deputado estadual Robinson Almeida (PT).
Ele ganhou tempo, por exemplo, para buscar rearticular as bases petistas, que vinham se queixando de sua suposta falta de interesse na candidatura, e tentar sair da Conferência Municipal da legenda, que ocorre este sábado, consagrado como candidato do PT à sucessão municipal.
Antes do vazamento da notícia, o plano era, depois de convencer Robinson a renunciar, levar o vice-governador ao evento a fim de ele sair como candidato do governo à Prefeitura.
Para emergir como nome do partido a prefeito, Robinson, em tese, só precisaria obter o apoio de mais de 60% dos eleitores que participarão da Conferência. A ideia, no entanto, é que ele saia do encontro com a aprovação de 100% dos participantes, o que tornaria, segundo um petista, sua candidatura irreversível.
Isso ocorre também porque o deputado costurou nos últimos dias o apoio do diretório e executiva municipais, das zonais e do presidente estadual do PT, Éden Valadares ao seu nome. A expectativa, diz um vereador da legenda, é que a Conferência “exploda como um ato de afirmação da liderança do PT em Salvador, representada pelo deputado”.
Devido ao teor dos discursos que devem ser feitos no Encontro, defendendo o lançamento da candidatura petista a qualquer custo, o senador Jaques Wagner chegou a ser aconselhado a não participar do evento, aceitou a sugestão inicialmente, mas depois mudou de ideia.
“Queremos uma festa da base, uma energia que sairá da base para os líderes principais da legenda, como Wagner, Jerônimo (Rodrigues, governador) e Rui (Costa, ministro chefe da Casa Civil)”, disse outra fonte da legenda.
Segundo ele, a depender de como o evento transcorra, Robinson já poderá sair da festa com a chapa fechada. A vice considerada preferida para ele é a deputada estadual Olívia Santana, pré-candidata do PCdoB à Prefeitura, que orquestrou uma reação violenta contra a imposição do nome do vice-governador Geraldo Jr. ao grupo governista pela cúpula petista.
“Olívia tem a faca e o queijo na mão. Será o que ela quiser”, declarou a mesma fonte. Com a confirmação de Robinson como candidato do PT, o partido espera que ele consiga assegurar a unidade do grupo em torno de seu nome. Caso contrário, a base do governo deve se dividir entre ele e o vice-governador do Estado, caso o emedebista ainda decida se manter na disputa.
Política Livre/Foto: Divulgação/Arquivo
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