Parece mais do mesmo, mas é resistência!

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No Dia Nacional da Consciência Negra, que para muitos é “mimimi”, é “blá-blá-blá”, e muitas vezes repetitivo, mais do mesmo, enfim, na verdade não é nada disso, só se for para aqueles que acham normal o racismo, o trabalho escravo, a homofobia, a tortura e o feminicídio.

Mais do mesmo, sem levar em conta que não é só uma data, que não é uma “comemoração”, assim como muitas outras que são lembradas no calendário e já se tornaram tão comuns que muitas vezes até caem no esquecimento. Não podemos entender essas datas apenas como feriados, datas comemorativas, homenagens, para enaltecer mandatos políticos, e justificar políticas públicas eleitoreiras que se dissolvem a cada apuração de urnas em períodos eleitorais.

Cansativo? Sim! E muito, muito mesmo! Porque apesar “da esperança que venceu o medo”, continuamos a avançar bem menos, e de acordo com os “acordos” de uma base que se diz governista, mas que visa somente os próprios interesses, e assim sendo, a política do governo vai se moldando conforme o sistema que o elegeu, e buscando desesperadamente a governabilidade vai se aliando a projetos de poder que não representam a sua ideologia, antes fundamentada em campanha.

O que está acontecendo? É a velha ditadura parlamentar disfarçada de democracia, e ela está ali, nas entrelinhas de uma tal de PEC que encurrala a Suprema Côrte, na falta de diálogo democrático (sem barganha) com o governo, e na suposta força que acredita que tem, a vaidade política de um congresso nacional que se acha soberano diante dos demais poderes da República.

E assim as datas simbólicas, mais representativas do calendário nacional vão ganhando formas e cores na arquitetura belíssima de Oscar Niemeyer, quanto a isso nada contra, mas ficar somente nisso, é o mesmo que fugir ao debate público sobre políticas de inclusão, sobre medidas administrativas e econômicas que de fato interessem ao país, é se esconder por trás de emendas parlamentares, que todos sabem, serão usadas somente em período eleitoral como pretexto de está investindo em políticas públicas, educação, infraestrutura e saúde, (e imitando os internautas) sqn.

Sim! Só que não! Não mesmo! E ainda bem que boa parte do eleitorado brasileiro sabe disso, já acordou para isso. Estamos cada vez mais conscientes e politizados, e nas mais diversas cidades, principalmente do interior. – O coronelismo está liquidado – e enfim, podemos dizer: AMÉM!

A luta da NEGRITUDE, para muitos de nós brasileiros descendentes de “pessoas escravizadas e não de escravos”, é uma luta diária, incansável, e que merece o respeito de toda a sociedade, a ainda escravagista e a que deixou de ser, não é mimimi, não é blá-blá-blá, não é vitimismo, e se for mais do mesmo que seja para nunca ser esquecida, porque é preciso sim bater na mesma tecla quantas vezes for necessário, porque também é assim o RACISMO, que nunca acabou apenas mudou de cor.

E essa mudança de cor é estrutural, ela está na profissão, no casamento, na escola e na escolha dos filhos, no cabelo, na intolerância religiosa, na sexualidade, na forma de se comportar, e no carnaval.

Poderíamos citar aqui outras inúmeras formas de racismo estrutural, porque são muitas, e dizer que não temos o que comemorar também seria injusto, temos sim, e exemplo disso é o Ministério da Igualdade Racial, dentro de um governo popular, e que tem à frente a Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada várias vezes pela brutalidade de um país que não respeita mulheres, negros, gays, suas comunidades LGBTQIA+ e Quilombolas, – nossa ancestralidade e cultura -.

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