“Brasil possui uma das maiores reservas mundiais do recurso nuclear”, afirma professor

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O Brasil é o único presente no montante, com duas usinas em funcionamento — Angra 1 e Angra 2 — e uma terceira em construção — Angra 3. No País, a energia nuclear tem uma participação em 2% da geração de energia, conforme informações da Eletronuclear.

Porém, nem tudo é 100% seguro. “Devido ao risco de acidente nuclear, gerar energia termelétrica por meio de elementos nucleares envolve polêmicas e debates sobre os problemas do modelo”, diz o professor Fernando de Lima Caneppele da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP. 

O Brasil é dono da sétima maior reserva de urânio do mundo e, como acrescenta Caneppele, “também faz parte de um seleto grupo de 13 países que possuem instalações de enriquecimento desse metal”. O professor ainda relembra que uma das características do material é sua alta densidade energética, que, com uma pastilha de um centímetro de comprimento e diâmetro gera, aproximadamente, o equivalente a 22 caminhões de tanques de óleo diesel.

O futuro do Brasil no âmbito da geração de energia, a partir de reatores nucleares, tem duas principais vertentes: uma é a possibilidade de explorar suas reservas de urânio e a outra é, justamente, a possibilidade de explorar outras fontes renováveis e com menos riscos.

As obras para a construção de Angra III foram retomadas e, segundo o Ministério de Minas e Energia, novos projetos devem ser lançados para elevar a produção de energia nuclear e de urânio no Brasil. “A grande polêmica por trás da postura são os riscos de um acidente nuclear em um país com abundância de recursos renováveis, como energia eólica, solar e hídrica, por exemplo”, comenta Caneppele.

O professor comenta que o Brasil é um dos poucos países com capacidade de enriquecer o urânio e utilizá-lo para gerar energia, além de possuir uma das maiores reservas mundiais do recurso nuclear. “Em contrapartida, possui uma vasta extensão territorial, que favorece o uso de fontes renováveis e menos perigosas. Surge, então, o debate sobre a necessidade de usinas nucleares em solo brasileiro”, acrescenta.

Jornal da USP Foto Agencia Brasil

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