Ivete já cantava o Apocalipse muito antes de Baby falar sobre

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Em uma “polemica” criada a partir de uma interação entre as cantoras, Baby do Brasil e Ivete Sangalo durante o Carnaval 2024 em Salvador/Ba, após a primeira saldar a segunda e anunciar que o “apocalipse está voltando” e ver isto se transformar em uma disputa de espaço na avenida entre os que acham que uma Cristã não deveria estar ali e os que acham que “a palavra de Deus deve ir a todos os lugares” é que começamos um papo ao celular, eu e meu amigo Jorge Papapá, compositor de vários sucessos, interpretados por Ivete, entre outros artistas da Bahia e do Brasil.

Papapá, muito cirúrgico em suas falas, me lembrou que há que se respeitar a história das duas cantoras. A Baby, que participou do grupo “Novos Baianos”, aquele mesmo que tem o disco “Acabou Chorare” escolhido entre os dez melhores já produzidos no mundo até hoje. Há que se respeitar isto!

E a Ivete, que muito antes da Baby já cantava sobre o Apocalipse em uma de suas músicas. Ou você não lembra de “Minha Pequena Eva?” Você é uma daquelas pessoas que acham, ainda hoje, que a canção dos italianos Umberto Tozzi e Giancarlo Bigazzi é sobre “Erva?” Pois estás engado(a). A letra é sobre o fim dos tempos, o mesmo que a Baby falou e a Ivete não gostou.

Vamos a letra para entendermos melhor a situação:

“Meu amor

Olha só, hoje o Sol não apareceu

É o fim da aventura humana na Terra

Meu planeta, adeus

Fugiremos nós dois na arca de Noé

Olha bem, meu amor

É o final da odisseia terrestre

Sou Adão e você será

Minha pequena Eva (Eva)

O nosso amor na última astronave (Eva)

Além do infinito eu vou voar

Sozinho com você”.

Pois é! Ivete já anunciava o Apocalipse muito antes de Baby se tornar uma Cristã fervorosa. E muitos de nós nos embalamos enamorados sem perceber o que estávamos consumindo. E você entra nessa bola dividida tomando partido de um lado ou do outro com cara de quem é o(a) juiz(a) da situação.

Sendo o Carnaval a “festa da carne” onde tudo pode, tudo tá liberado, onde as pessoas podem ser o que não são no seu dia-a-dia, inclusive homem se vestir de mulher, mulher se vestir de homem, o momento aonde as vergonhas são deixadas de lado e o “liberou geral” impera, querer proibir alguém de dar a sua opinião é censura das grandes e o carnaval não permite qualquer proibição.

Mas que democracia é está em que pessoas querem impedir alguém de falar, onde só vale o que eu concordo e aquilo que discordo não pode ser dito ou ouvido? Como disse Papapá, “a democracia é poder ouvir o contrário do que se pensa e não ser obrigado a seguir” e mesmo assim respeitar e ser feliz.

A Baby tem todo o direito, assim como a Ivete, de falar do Apocalipse onde elas quiserem falar. O que não acho legal é a falsa polemica de que Carnaval não é lugar para Cristão. É sim! A festa é pública e é proibido proibir. Que Baby fale o que quiser, e se falar sobre Deus, que seja ouvida, assim como Ivete pode cantar “Macetando” e é ouvida na avenida por milhões através das transmissões de TVs e internet. Você escolhe o que é melhor para a sua vida. A decisão é sua.

O que acho estranho, isso mesmo, “estranho” é um encontro entre duas pessoas que pregam o Apocalipse, Ivete e Baby, se tornar uma polemica nacional. Deve ser a falta de termos o que fazer de mais importante em nossas vidas.

O Apocalipse, também conhecido como Revelação, é o último livro do Novo Testamento na Bíblia. O termo “Apocalipse” vem do grego “Apokálypsis” que significa “revelação” ou “desvelamento”. O livro é atribuído ao apóstolo João e é conhecido por suas profecias simbólicas e visões complexas do fim dos tempos. Ele descreve a batalha final entre o bem e o mal, a segunda vinda de Jesus Cristo, o julgamento final, e a criação de uma nova terra e um novo céu. Embora seja frequentemente associado a previsões de desastres e destruição, o Apocalipse também transmite uma mensagem de esperança e redenção para os fiéis.

As escrituras anunciam que Cristo voltará. A hora, o dia, o mês e o ano, só Deus sabe disso. O resto é empolgação de Carnaval.

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