As declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao jornal Folha de S.Paulo sobre uma reunião com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) para debater a emenda que amplia a autonomia da autoridade monetária geraram mal-estar com a equipe econômica.
Campos Neto e Haddad voltaram a conversar na última sexta-feira (1º), após o diálogo entre ambos ter sido interrompido justamente por causa da decisão do presidente do BC de articular a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) sobre o tema no Congresso.
Logo após o encontro, Campos Neto concedeu entrevista à Folha e disse que tentou “dar conforto” ao ministro da Fazenda de que nada seria feito à revelia dele.
As falas causaram desgaste junto ao Ministério da Fazenda. Isso porque Haddad havia pedido para que Campos Neto não abordasse o assunto antes que o ministro conversasse com o presidente Lula (PT) sobre a questão.
A emenda garantiria autonomia financeira ao BC, além da operacional hoje já garantida pela legislação. A medida tem oposição em amplos setores do PT, no entanto.
Fábio Zanini/Folhapress/Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil