@ Editorial
“O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra”. – Aristóteles
A modernidade tem nos afastado de muitos momentos de ociosidade e nostalgia, bem verdade, nos trouxe novas formas de lidar com o admirável mundo da tecnologia e “certas facilidades” para resolver problemas de relacionamento, financeiros e até trabalhistas, encurtando a distância e minimizando a burocracia das frias repartições públicas. Mas a modernidade, o constante prazer em querer ser atualizado, em está em evidência o tempo todo, e em tempo real, também tem causado certo desconforto e até transtorno em pessoas que não conseguem ficar sem a tal tecnologia.
O mundo digital tem facilitado muito a vida da população, e em se tratando de Brasil, nunca o país esteve tão conectado em redes sociais, mesmo pós-pandemia – quando conseguimos sair do confinamento obrigatório, da home office e das escolas digitais, aulas online e sistema híbrido -, parecia que o país ia voltar a “normalidade”, e íamos ter mais gente circulando nas ruas, abraçados, e nos eventos culturais, e nas praças e lotando as agendas dos centros de arte e esporte pelas cidades brasileiras. Mas o que se viu, foi uma minoria saudosa desse tipo de programação.
Será que nos acostumamos tão rápido ao confinamento e ficamos presos ao mundo digital, ou pior, será que mesmo antes do advento da Inteligência Artificial já éramos “virtuais” sendo conduzidos por telas até no caminho ao trabalho? Bem, essas perguntas com respostas nada unânimes só nos revelam que nossos “cérebros eletrônicos” se tornaram capazes dentro da incapacidade natural de sobrevivência. Se conseguimos naturalizar nossas emoções sem aproximação e sem toque, conseguimos também nos expressar, sentir, manusear qualquer ferramenta de trabalho, fora do ambiente de trabalho, seja do setor público ou privado.
Mas, e quando a nossa “ferramenta” de trabalho é o ser humano, a pessoa a se cuidar, os alunos, os idosos, os dependentes físicos, a plateia (o calor presencial da plateia), e todas as outras pessoas que precisam de cuidadores presenciais, que precisam das emoções físicas, do abraço, do beijo, da carícia, enfim, do amor natural…?
DIA DO TRABALHO. A data em si, cheia de significados oficiais, também nos traz muitas reflexões, e indagações, como por exemplo em que ponto avançamos, e na atualidade estamos mais livres? Na verdade, não! Porque a liberdade é uma conquista que também nos pode ser tirada, mas o conhecimento não! Como dizia um velho sábio.
Então, aprofundemos em aperfeiçoar a obra, a nossa obra, tendo prazer no trabalho. Mas, independentemente disso e tão importante quanto é a valorização desse trabalho, com salário digno, com condições adequadas para exercê-lo, com segurança, com direitos trabalhistas assegurados, e principalmente com tratamento humanizado.
Basta de assédio moral e sexual no trabalho! Basta de violência à mulher trabalhadora, seja em casa em sua completa invisibilidade ou no mercado de trabalho como empregada ou empreendedora.
SALVE O 1º DE MAIO!