O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre (CBHS) realizou na última semana, a 26ª Reunião Plenária no município de Morro do Chapéu, região da Chapada Diamantina. A reunião contou com membros titulares e suplentes, representantes do INEMA, Ministério de Minas e Energia (MME), Embasa e sociedade civil.
Na quarta-feira (10), durante atividade de campo, houve uma visita técnica à Boca da Madeira, onde localiza-se a nascente do Rio Salitre; já na quinta (11), na plenária, foram discutidas diversas pautas importantes, a exemplo da apresentação sobre o Fundo Eletrobrás para projetos Ambientais, estudo sobre reuso de água, desertificação, e apresentação das Unidades de Conservação de Morro do Chapéu e interligação com as Bacias Hidrográficas.
“O comitê é formado por segmentos que precisam de ações e essas ações são construídas através de ideias. Aqui, com representantes de diversas cidades, tratamos de assuntos importantes, ouvimos a cada um e fizemos resolução de problemas em defesa do nosso manancial: que é Salitre”, afirmou a vice-presidente do CBH Salitre, Luciene Barros.
O especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Mateus Almeida, que é responsável pelas Unidades de Conservação de Morro do Chapéu, através do INEMA, ressaltou as contribuições dos representantes das entidades presentes no fortalecimento dos assuntos abordados em plenária. “É uma satisfação receber os conselheiros e tivemos aqui pautas
interessantes, com grandes contribuições. A gente está tentando integrar a gestão de áreas protegidas com as questões de recursos hídricos”, comentou.
Já para o coordenador do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Claudio Ademar, que também participou da plenária da Bacia do Salitre, explicou a importância da presença de membros da Bacia do Velho Chico junto aos comitês estaduais. “Temos que pensar em uma gestão integrada e, juntos, pensarmos ferramentas de gestão de quem está na calha, mas também de quem está nos seus afluentes. Precisamos pensar de forma unificada, de forma que você consiga tratar os afluentes, porque são justamente os afluentes que alimentam as águas do Velho Chico”, pontuou Ademar.
Ainda de acordo com Claudio Ademar, o Comitê tem que ter como objetivo entender que a gestão do Rio São Francisco, por exemplo, não significa olhar apenas para recursos hídricos. “Quando eu penso no conceito de bacia, eu estou falando da água, da natureza e das comunidades; da sociedade que nela está incorporada os múltiplos usos da água. Então, quando a gente fala de projetos, temos que ter projetos com viés hídrico ambiental, mas, também, projetos sociais pensando na sustentabilidade”, argumenta.
Desertificação e a importância da Educação Ambiental
Outro ponto apresentado por Claudio Ademar, na reunião do Comitê da Bacia do Salitre, foi a desertificação. Mas, afinal de contas, você já ouviu falar sobre esse assunto?
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, desertificação é a degradação ambiental e socioambiental, particularmente nas zonas áridas, semiáridas e sub-úmidas secas, resultantes de vários fatores e vetores, incluindo as variações climáticas e as atividades humanas.
Neste contexto, Cláudio destaca a importância da educação ambiental como ferramenta necessária para lidar com problemas ambientais. Ele acredita que os recursos de projetos hídricos precisam e devem ter como foco a educação das pessoas, sobretudo, de pessoas tradicionais diretamente afetadas.
“Muitos rios estão secos, não correm água. É preciso revitalização, mas é preciso haver conscientização das pessoas para essa questão. E só a educação, através de formações, as pessoas irão se despertar para os impactos causados ao meio ambiente”, contextualizou Ademar.
Texto e foto: Natália Mayrink de Souza