Celebrando a Arte Transformista e Diversidade o Teatro de Revista Victor-Victória idealizado pelo produtor cultural Geraldo Pontes finalmente foi elevado à categoria de Patrimônio Público Imaterial da cidade de Juazeiro região do Sertão do São Francisco na Bahia.
O projeto de autoria do vereador Dionísio Gomes (PDT), aprovado em junho pela Câmara Municipal pôs fim a uma espera de trinta anos.
“É uma luta antiga pela diversidade, política públicas culturais para LGBT o reconhecimento do concurso como Patrimônio Imaterial da cidade é um ato de grande relevância para a classe, nós que fazemos cultura arte e entretimento” disse Geraldo Pontes.
Data de 1991 a primeira edição do Concurso de Beleza e Teatro de Revista Victor-Victória, de lá para cá tem sido uma celebração única da arte transformista no Vale do São Francisco. Concebido para promover a autoestima e o reconhecimento dos artistas transformistas da região, este projeto visionário, liderado por Geraldo Pontes, emergiu em uma época em que expressar a identidade LGBTQI+ era mais do que uma escolha pessoal – era um ato político.
Em uma era anterior à ampla discussão sobre diversidade e políticas públicas voltadas para a comunidade LGBTQI+, o Concurso Victor Victória tem sido um farol de inclusão e empoderamento por mais de três décadas.
Em 2020, devido à pandemia, o evento foi interrompido, apesar do fervor e do interesse dos artistas locais. A segurança e o bem-estar de todos os envolvidos foram priorizados, mas a paixão por desfilar fantasias e personagens, assim como a valorização da arte, permaneceu inabalável.
O último evento, realizado em 2024, contou com a participação de talentos renomados, incluindo atrizes e cantoras pioneiras do Brasil, juntamente com artistas locais.
Ao longo das edições anteriores, o concurso recebeu figuras proeminentes do cenário nacional, como Rogéria, Jane Di Castro, Valéria, Marcinha do Corinto e a Comendadora Safira Benguel, além de personalidades como Elke Maravilha, Isabelita dos Patins, Dimmy Kieer, Edy Star, Aloma, Angela Leclerry e Marlene Casanova . De Salvador, artistas como Bagagerry Spilberg, Dica Rios e Pamela Raia trouxeram seu talento, contribuindo para um espetáculo alegre e irreverente que mescla performances artísticas com desfiles de fantasias e trajes de noite.
Representantes de diversas cidades, como Juazeiro, Petrolina, sobradinho, Sento Sé e Remanso, competem pelo prestigiado título de melhor ator transformista do Vale do São Francisco. Os critérios de seleção incluem beleza plástica, simpatia, elegância e produção, transformando o evento em muito mais do que uma simples competição – é um momento de confraternização e apoio mútuo.
O Concurso Victor Victória não é apenas uma celebração da arte e da diversidade, mas também um ato de resistência e resiliência. Ele proporciona uma oportunidade não apenas para resgatar tradições como os concursos de miss e o teatro de revista, mas também para afirmar a presença e a importância da comunidade LGBTQI+ na sociedade.
O evento já conquistou reconhecimento nacional, com alguns de seus vencedores representando a cidade de Juazeiro e concorrendo em competições de nível nacional, como o Miss Brasil, em Juiz de Fora.
É fundamental manter viva a luta na realização do evento, no cenário artístico e cultural de Juazeiro, apesar das dificuldades, falta de apoio e recursos, o mesmo, ganha uma dimensão, firmando se no calendário de Juazeiro, através de três décadas de existência, no gosto pela arte e na formação de plateia, sendo um espetáculo esperado pela sociedade!
Quem é Geraldo Pontes
Licenciatura em Dança UFBA
Licenciatura em Pedagogia Uneb
Especialista em Psicopedagogia, Dança Educacional e Artes Cênicas.
Mestre em Educação e Cultura e Territórios Semiáridos, ppgesa, Uneb.
Recebeu a Comenda Barão Homem de Melo, maior honraria que um cidadão juazeirense pode ter
Recentemente lançou o livro Dança e Campo Educacional: uma história construída no seminário baiano.
Dirige a Escola de Ballet Geraldo Pontes há 45 anos
É criador e produtor do Concurso Victor Victoria, espetáculo que valoriza os artistas locais e a classe lgbtqiap +, desde 1991.
Em 2024 é condecorado como Grand Embaixador pela Divine Academie Francaise em Paris
Com informações de Geraldo Pontes e do site Bahia Gay