Seja politizado: a “ajudinha” não é bem-vinda!

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@ Editorial

Ainda em plena campanha eleitoral em todo o Brasil, e aqui no Vale do São Francisco, também na expectativa do dia das eleições municipais, entre debates acalorados, animados, partidários como nunca, e poucas ideias, quando existem são vazias e inviáveis, dentro de uma lógica que só existe mesmo na cabeça dos candidatos.

Da mesma forma se encontram os eleitores, atarefados em seu cotidiano de trabalho, família, estudos, relacionamentos, cobranças, conquistas, sonhos, enfim, tantas coisas a fazer e ainda uma eleição por perto, que mesmo sem uma escolha definida, faltando pouco mais de uma semana para as eleições, se sentem na obrigação de cumprir um direito, e ir às urnas exercer a sua cidadania no dia 06 de outubro.

Até aí tudo bem! O que não está bem e nem certo é a forma como o candidato se apresenta ao eleitor, como se conquista esse voto tão valioso, tão importante para eles, e o quanto é difícil essa aproximação de forma decente, ética, criativa, respeitosa e admirável, da mesma forma a receptividade do eleitor para com esse candidato, porque queiram ou não, é uma troca de energia, de expectativas, de possibilidades, de esperança, porque um aperto de mãos também pode ser considerado um pacto, um compromisso, um cumprimento, um agradecimento. A única troca que não deve existir é a de favores.

Sabe, aquela “ajudinha” para que o candidato receba o seu voto, que ele não considera compra de voto, quem sabe o “favor” do passado, aquela “boca de urna” que não teve um resultado positivo e que agora deve ser paga ou não. É o cimento para terminar a construção da casa, a pequena reforma, a bolsa de estudo do filho que ficou pendente, aquela cirurgia, aquela vaga de emprego por indicação, um pagamento de boleto, de um imposto municipal, de qualquer trocado para completar a gasolina, para a cerveja com os amigos no fim de semana, para o torneio de futebol, para aquela festa de formatura, enfim, “o jeitinho brasileiro” de resolver as coisas, que na verdade é CORRUPÇÃO ELEITORAL.

E por que é corrupção eleitoral? Porque é crime, porque viola a lei eleitoral, e porque naturalmente, mesmo que a Justiça Eleitoral não corrija devidamente o ato de infração no período de campanha, é uma prática criminosa, que não deveria jamais ser aceita, nem por parte do candidato e nem por parte do eleitor, principalmente do eleitor, que muitas vezes é assediado com esse tipo de proposta.

Aqui no Vale do São Francisco, onde a maioria dos municípios parece adotar essa prática como a coisa mais comum na política brasileira, porque “Ah não, isso não é compra de voto, é o apoio que estamos dando a

cultura da cidade, é um show beneficente, é uma colação de grau, é um batizado de família”, justificativa comum de muitos candidatos para assim fraudar a lei e não ser punidos.

E como isso é muito comum em período eleitoral, eles sempre dão um jeito para que essa prática criminosa fique fora das futuras prestações de conta com a Justiça Eleitoral.

Não se enganem! Não é porque é uma “ajudinha” institucional a um grupo específico de eleitores ou a um suposto evento que envolve muitos colaboradores, e não apenas um eleitor, que não significa que o candidato não esteja comprando votos. As formas se diferenciam, mas o objetivo é o mesmo. Sendo assim é preferível recusar tal apoio, ele não pode ser bem-vindo, não agora, não neste momento.

Não venda o seu voto! E não negocie por nada! Você tem muito mais a perder! Pense no coletivo! Vote consciente! Politize-se!

…E BOAS ELEIÇÕES!

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