Fomos noticiados que, no último 31 de outubro, um parto ocorrido na Maternidade Albert Sabin evoluiu para o óbito fetal. Tratou-se de uma DISTOCIA DE OMBRO. Essa situação ocorre quando, após a saída da cabeça fetal, o ombro do bebê impacta na sínfise púbica materna, impossibilitando a saída do resto do corpo da criança. É uma das situações mais temidas e imprevisíveis na assistência ao parto vaginal, ocorrendo em 0,3 a 1% de todos os partos. Apesar do risco da ocorrência aumentar quanto maior o peso fetal, mais de 50% das vezes o peso fetal é menor que 4 kg, não tendo como prevenir por um parto cesariano.
A urgência se estabelece devido à compressão do cordão umbilical no trajeto do parto, diminuindo o aporte de oxigênio para o feto. Por esta razão, várias manobras resolutivas evidenciadas pela ciência, devem ser realizadas assim que a situação é identificada. Infelizmente, a realização das referidas manobras não resolve na totalidade dos casos. Nas situações em que as manobras não desfizeram a impactação do ombro em tempo hábil, evoluem para o óbito fetal.
Fomos também noticiados da reação do acompanhante que colocou em risco a integridade física da médica assistente. No modelo atual de uma equipe assistencial, o acompanhante e a paciente fazem parte, juntamente com o médico obstetra, enfermeiro, técnico de enfermagem, médico pediatra e outros profissionais quando presentes. É crucial que todos os presentes no cenário de parto contribuam e atuem de forma sinérgica em equipe com o único objetivo de dar a melhor assistência à pessoa que está parindo e ao seu concepto.
O parto é um processo fisiológico que culmina no nascimento de um bebê saudável na grande maioria das vezes, porém situações de distocias (dificuldade do parto) podem ocorrer e é por esta razão que as parturientes devem ser sempre assistidas por médico e/ou enfermeiros obstetras. Mesmo sendo oferecido assistência baseada nas melhores evidências científicas, isto não torna o parto blindado de insucessos. Os profissionais que se dedicam à assistência de saúde são instrumentos divinos, mas não são deuses.
A SOGIBA se solidariza com a dor da mãe, familiares pela perda desta criança assim como se solidariza com a equipe assistencial.
Assessoria de Imprensa
Maria del Carmen González Azevêdo – jornalista DRT 3335