Previsão de Pimenta sobre prisão de Bolsonaro mostra como governo conta com STF na eleição de 2026

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A publicação do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta fazendo uma previsão sobre a possível prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) até setembro de 2025 repercutiu entre analistas e políticos. A avaliação é que, embora o Palácio do Planalto tente tratar a fala como uma manifestação particular, ela pode indicar que mais membros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contem com decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) para manter Bolsonaro fora das eleições de 2026.

Para o líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), a fala do ministro, que ocorreu no último fim de semana, Paulo Pimenta “vai muito além” das previsões para 2025. “Não me parece que ele tenha algum dom premonitório. Talvez ele tenha deixado escapar alguma informação privilegiada, aí sim algo bastante preocupante em se tratando de um agente público. Para além disso tudo, é uma manifestação medíocre de alguém que integra o primeiro escalão de um governo que está simplesmente destruindo e afundando o Brasil. Para estes, um dia Justiça há de chegar”, disse Zucco.

A Gazeta do Povo procurou o governo para se manifestar sobre o caso e sobre a possibilidade de o ministro ter tido acesso à informação privilegiada, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. Bolsonaro está inelegível por decisão do Supremo, mas a oposição aposta que a decisão pode ser revertida pelo Congresso até 2026.

“[A prisão de Bolsonaro]É o desejo da maioria dos petistas da base aliada deste governo. PT, Psol, PCdoB, todos esses partidos desejam isso. Mas agora só a Justiça vai definir”, ponderou o deputado Delegado Palumbo (MDB-SP).

Para a advogada e diretora do programa de núcleos da organização não governamental Ladies Of Liberty Alliance (Senhoras da Aliança da Liberdade, em tradução livre), Anne Dias, a declaração do ministro Paulo Pimenta, especulando sobre a prisão de Bolsonaro em setembro de 2025, é extremamente preocupante sob o ponto de vista institucional. “Um ministro da Comunicação Social não deveria, em hipótese alguma, fazer previsões sobre decisões judiciais, ainda mais envolvendo um possível pré-candidato às eleições de 2026”, disse Anne.

Já o advogado Belisário dos Santos Júnior, ex-secretário de Justiça do estado de São Paulo, também opinou que a previsão do ministro pode se tratar de um desejo e não uma análise dos fatos. “Não se pode atribuir ao governo qualquer tipo de previsão, que é só uma previsão aleatória. Depende de finalização de inquérito e não se sabe se nesse ano de 2025 isso será possível. Me parece mais uma expressão de um desejo do que a análise dos fatos conjunturais”. disse Belisário, que foi um dos advogados que liderou articulações pela chamada Frente Ampla de Lula em 2022, à Gazeta do Povo.

Foto: Divulgação

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