O medo de envelhecer em um país que está ficando velho – Por Pastor Teobaldo

Artigos

O aumento da população idosa no Brasil, impulsionado pelo crescimento da expectativa de vida, paradoxalmente, intensifica o medo da velhice no país. Essa apreensão é alimentada por uma série de fatores interligados, que vão desde a fragilidade das políticas públicas até a desvalorização dos idosos na sociedade. A falta de políticas públicas eficazes, especialmente no que tange à seguridade social e à saúde, é um dos principais catalisadores desse medo. A incerteza quanto ao futuro da Previdência Social, somada à insuficiência dos benefícios e à precariedade do atendimento médico, gera uma profunda insegurança nos brasileiros que se aproximam da terceira idade.

A dificuldade de acesso à saúde de qualidade, com a falta de leitos, a demora no atendimento e a carência de profissionais especializados, é outro fator que contribui para o medo da velhice. A rede do SUS, apesar de seus avanços, ainda enfrenta desafios significativos para atender à crescente demanda da população idosa. A desvalorização dos idosos na sociedade, com a falta de oportunidades de participação social e o isolamento, também é um fator importante a ser considerado. A solidão e a falta de reconhecimento podem ter um impacto negativo na qualidade de vida dos idosos, contribuindo para o medo e a angústia em relação ao envelhecimento.

Diante desse cenário, é fundamental que o Poder Público Federal intensifique seus esforços para garantir os direitos e o bem-estar dos cidadãos idosos. É preciso investir em políticas públicas eficazes, que contemplem a seguridade social, a saúde, a assistência social e a promoção da qualidade de vida. O fortalecimento dos programas existentes, como o BPC e o Estatuto do Idoso, bem como a criação de novos serviços, como centros de atenção para a terceira idade e programas de assistência domiciliar, são medidas importantes para minimizar o impacto dos gastos públicos com a terceira idade e melhorar a qualidade de vida dos idosos.

A promoção da integração intergeracional, com o estímulo ao convívio entre idosos e jovens, é outra ação fundamental para combater o preconceito e a discriminação, gerando uma nova cultura na visão da juventude em relação aos idosos. O investimento em pesquisa e inovação, para o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções que atendam às necessidades dos idosos, também é essencial para garantir um envelhecimento mais saudável e feliz.

É importante ressaltar que o envelhecimento é um processo natural e que a velhice pode ser uma fase da vida ativa, saudável e feliz. Com políticas públicas adequadas e uma sociedade mais consciente e solidária, é possível garantir que os idosos brasileiros tenham uma vida digna, com muito mais qualidade de serviços e garantia de direitos.

Por Pastor Teobaldo – Pastor evangélico há 30 anos, com formação em Teologia, Psicanálise Clínica, E

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *