
Entre o vazio e o sol na janela, um convite silencioso para recomeçar.
O dia pode não ter começado bem. mas eu posso terminá-lo melhor.
Fico tamborilando no teclado, procurando por palavras vazias que possam preencher alguma coisa. Enquanto isso, um sentimento de melancolia parece ocupar espaços que nunca foram usados dentro de mim — como prateleiras esquecidas, esperando por algo que nunca veio.
Não sei de onde vem. Nem como. É só uma sensação. Como se o coração começasse, de repente, a formigar. Devagar. E fosse se espalhando, silenciosamente, por todo o meu corpo.
O sono invade as minhas veias como se nascesse das minhas células. seria um mecanismo de defesa? Talvez. Talvez seja só a forma que minha mente encontrou de me dizer: dorme. Descansa. desliga do mundo por um tempo. esquece essa dor que não dói. Esse vazio. Essa tristeza sem lágrimas.
Mas não se define o que não se explica. E eu não consigo escrever o suficiente para te dizer — e nem para dizer a mim mesmo — o que acontece. Será que acontece alguma coisa? Nem sei de onde isso vem. Nem para onde vai. E o que me sobra?
Levanto a cabeça e sorrio. não por felicidade, mas por vontade de mudar. de olhar as coisas de cima e não por baixo, como um cachorro triste pedindo atenção. Na janela, o sol voltou a brilhar entre as nuvens. Tirei a blusa que aquecia meu corpo, enquanto minha alma permanece fria.
E é isso. É hora de sorrir para o sol e tentar aquecer, aos poucos, o corpo, a alma e esse sorriso trêmulo. O dia pode não ter começado bem. Mas eu ainda posso escolher terminá-lo da melhor maneira que eu puder. A fé sempre encontra um jeito. E eu também. Boa semana.
@enricopierroofc
Enrico Pierro escreve semanalmente para mais de 40 jornais e portais pelo brasil. Seus textos também estão disponíveis nas redes sociais, onde compartilha reflexões sobre o cotidiano, sentimentos e humanidade.