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A Via-Sacra é só um espetáculo cênico?

Você pode denominar como quiser, “Via-Sacra”; “Paixão de Cristo”; “Espetáculo Sacro”; “Vida, Paixão e Morte de Jesus Cristo”; “Via Crucis”, enfim, todos os modelos dessa tradicional apresentação que ganhou fama durante a Semana Santa, desde os séculos passados, e há tempos que essa celebração religiosa e ao mesmo tempo teatral ao ar livre vem tomando forma cênica cada vez mais forte a cada ano, lotando arenas, campos de futebol, praças públicas, pequenas comunidades do interior, em meio à caatinga, e até uma cidade cenográfica no agreste pernambucano essa manifestação de fé e arte ganhou, a famosa “NOVA JERUSALÉM”, que há mais de 50 anos vem montando o espetáculo, atraindo milhares de espectadores no período da Semana Santa.

A origem da Via-Sacra remonta ao século IV, quando os cristãos peregrinavam para Jerusalém e percorriam o trajeto da Paixão de Cristo. (pesquisa web). E isso foi se transformando ao longo dos séculos, numa mistura de luzes e cores, com cenários gigantescos, figurinos deslumbrantes, e uma verdadeira fotografia de cinema.

A montagem cinematográfica, claro, é uma “paixão” a parte, e muitos foram os filmes maravilhosos que lotaram salas de cinema e fizeram parte de nossa infância/juventude quando em frente da TV passávamos horas assistindo aquela “sessão de cinema”, o drama doloroso do filho de Deus, cuja história aprendemos desde cedo na catequese, e para falar a verdade, nunca entendida pela maioria daqueles jovens, e de geração a geração, a arte do cinema com a grandiosa cena da “PAIXÃO DE CRISTO”, assim, como a do teatro, tem conseguido atrair mais adeptos do que a evangelização das igrejas cristãs.

Por isso insistimos na pergunta, “A Via-Sacra é só um espetáculo cênico?”. Bem, não é de hoje que a história de vida, paixão e morte de Jesus Cristo vem sendo contada de maneira teatral, ao ar livre e com toda a estrutura de luzes, cores, fumaça, e todos os adereços que compõem um espetáculo cênico, mesmo não fugindo da ideia original e nem ignorando as passagens da Bíblia, segundo os evangelistas, a verdade é que são poucos aqueles que veem neste tipo de espetáculo alguma “evangelização”, e por vezes nem o “SERMÃO DA MONTANHA” é capaz de tocar o coração de quem já está acostumado com aquele teatro todo que chama a atenção pela grandiosidade dos cenários, a “interpretação” dos atores, e principalmente se “o tal Jesus” for aquele galã da Rede Globo.

Difícil não é mesmo? Mas para alguns cristãos, aqueles bem beatos, nada é maior do que o exemplo vivo de JESUS CRISTO. A Santíssima Trindade (Pai, Filho, e Espirito Santo), independente da dramatização pelo

padre em todo o período quaresmal, seja no Domingo de Ramos, na Semana Santa, no Sábado de Aleluia e finalizando no Domingo de Páscoa, a manifestação de fé é sempre a mesma, seja no púlpito da igreja, na tela do cinema ou no palco de teatro ao ar livre, para quem é cristão não tem diferença, é a história de Jesus contada de várias maneiras.

E que bom que seja assim, que bom que essa história continue sendo levada aos palcos, ao cinema, ao circo, nos tablados, no teatro popular, e até na internet, através das redes sociais, tão atacadas e cheia de “memes”, mas com grande potencial “evangelizador”.

E que possamos acreditar, cada um a sua maneira, nas BOAS NOVAS.

AMÉM!

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