
A crise deflagrada pelas fraudes no INSS levou o Palácio do Planalto a assumir o controle direto das ações do Ministério da Previdência Social e da autarquia. O novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, passaram a semana despachando diretamente do Planalto, com todas as decisões sendo supervisionadas por integrantes próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reportagem é do jornal “O Globo”.
Nenhuma medida adotada por Queiroz ou Waller tem avançado sem a aprovação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e da secretária-executiva da pasta, Miriam Belchior. A articulação política e a comunicação institucional também estão sob coordenação direta da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, que lideram as decisões estratégicas de enfrentamento à crise.
Rui Costa é o responsável por manter Lula atualizado, enviando relatórios diários sobre o andamento da situação — mesmo com o presidente em viagem a Moscou. Segundo interlocutores do Planalto, a centralização das decisões busca evitar desgastes adicionais ao governo e conter a repercussão negativa das denúncias de descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões.
A atuação conjunta também se justifica pela inexperiência de Wolney e Waller nos cargos, já que ambos assumiram as funções com a crise em andamento e ainda estão formando suas equipes. Até que as medidas de correção, como mudanças no sistema e o recadastramento dos beneficiários afetados, comecem a ser implementadas, os dois permanecerão com base no Planalto.
Sem gabinetes próprios, Queiroz e Waller têm circulado por diferentes setores do edifício-sede da Presidência da República, dividindo agendas na Casa Civil, na Secretaria de Relações Institucionais e na Secom.
Foto: José Cruz/Arquivo/Agência Brasil