Em entrevista coletiva, ex-superintendente da 6ª SR Codevasf afirma: “Agi para respeitar lei”

Cidades Juazeiro

O engenheiro civil Milled Cussa Filho, ex-superintendente da 6ª Regional da Codevasf em Juazeiro (BA), concedeu uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (15), esclarecendo os motivos que o levaram a comunicar órgãos de controle sobre supostas irregularidades em convênios firmados entre a estatal e a Prefeitura de Campo Formoso (Norte do Estado). Sua exoneração, publicada no Diário Oficial da União na última sexta-feira (9), ocorreu um dia após o envio de ofícios ao Ministério Público Federal (MPF) e à Controladoria-Geral da União (CGU), nos quais detalhava suspeitas de fraudes e superfaturamento em contratos de pavimentação vencidos pela empresa Allpha Pavimentações.

Durante a coletiva, Cussa Filho afirmou que sua indicação ao cargo partiu do deputado federal Elmar Nascimento (União-BA), mas destacou que não possui provas de que sua exoneração tenha sido motivada por retaliação política. “Essa pergunta quem deve responder é o presidente da Codevasf, Marcelo Moreira“, disse. Questionado sobre possíveis ameaças, respondeu: “Nunca se sabe. Pela história de minha vida, agi. Tudo que fizemos dos comunicados à CGU foram parâmetros legais. Era obrigação minha comunicar“.

As investigações da Polícia Federal (PF), no âmbito da Operação Overclean, identificaram indícios de direcionamento nas licitações e pagamentos indevidos a servidores municipais, com o objetivo de beneficiar a Allpha Pavimentações. Um dos contratos investigados financiou a pavimentação de uma estrada que passa em frente à fazenda do pai do deputado Elmar Nascimento.

A Codevasf, em nota, afirmou que a exoneração de Cussa Filho foi uma “medida de precaução, que busca ampliar garantias de transparência e integridade“. A estatal também cobrou da Prefeitura de Campo Formoso providências diante do superfaturamento identificado. Mas, até o momento, a gestão municipal não respondeu aos questionamentos do órgão.

STF

A Operação Overclean foi remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver parlamentar com foro privilegiado. A PF identificou, entre outras evidências, uma transação imobiliária entre Elmar Nascimento e Marcos Moura, conhecido como “rei do lixo” – um dos principais alvos da investigação.

Foto: Blog do Carlos Britto

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