
Nesta sexta-feira (23), mães atendidas pelo Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM), pela Pastoral da Mulher e pelo Centro de Equoterapia do Vale do São Francisco (Cevasf), participaram do mutirão “Mães em Ação”, uma iniciativa da Defensoria Pública da Bahia (DPE/BA), realizada na sede do CIAM em Juazeiro.
A ação ofereceu, de forma gratuita, atendimentos focados na fixação de pensão alimentícia, com ênfase no público de mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.
Mais do que oferecer orientação jurídica e ajuizamento imediato das ações, o mutirão se destacou pelo caráter humanizado e acolhedor do atendimento. Segundo Iuana Louise, coordenadora do CIAM, esse tipo de iniciativa é essencial para fortalecer mulheres em situação de fragilidade emocional e social. “É importante esse tipo de ação acontecer, reforçando a necessidade do acolhimento, do atendimento humanizado a essas mulheres que já chegam nos nossos espaços fragilizadas, na maioria das vezes extremamente vulneráveis, que passam por situações de ameaça e que muitas vezes desistem de prosseguir com suas denúncias e processos. Chegar em um ambiente onde existe escuta ativa e um olhar jurídico acolhedor é fundamental para romper o ciclo das violências”, afirmou.
A coordenadora da Rede de Proteção à Violência Contra a Mulher, Isaura Portugal, destacou que o mutirão foi estruturado para agilizar o acesso das mulheres aos seus direitos, com atendimento completo e resolutivo:”Esse mutirão é justamente para atender as mulheres que estão com essa demanda reprimida. Esse atendimento também vai contar com o ajuizamento dessas ações de alimentos. Não só o encaminhamento, mas já o ajuizamento da ação”, explicou.
A ação em Juazeiro integra um esforço estadual promovido pela Defensoria Pública em alusão ao mês das mães com o objetivo de reduzir demandas reprimidas e facilitar o acesso de mulheres vulneráveis aos seus direitos. A escolha por parcerias locais reforça a conexão com as realidades enfrentadas por essas mulheres, como explicou José Victor Ferreira, coordenador da 5ª Regional da DPE.
“A Defensoria já tem atendimento diário por meio dos núcleos de ações rápidas e de conciliação. Mas nem sempre a demanda chega até nós. Muitas mulheres não têm meios de acessar a Defensoria, seja por falta de informação ou por limitações simbólicas que fogem do nosso entendimento. Por isso, vez ou outra, ações como essa se fazem necessárias — seja para controlar o acervo de demandas ou para alcançar quem mais precisa”, explicou.
Segundo José Victor, o agendamento para atendimentos da Defensoria pode ser feito pelo número 129, de forma virtual, com prioridade para mulheres vítimas de violência encaminhadas pelo CIAM e pela Pastoral da Mulher. Para quem não tem acesso a canais digitais, o agendamento também pode ser realizado presencialmente.
Diana Silva – Ascom/PMJ