O comitê de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) quer convencê-lo a parar de atacar a urna eletrônica e o processo eleitoral brasileiro.
Pesquisas internas apontam que o objetivo de aglutinar a base já foi alcançado e, fora da bolha bolsonarista, as falas estão sendo interpretadas como derrotistas.
Em levantamentos qualitativos feitos em grupos, uma visão comum é a de que Bolsonaro já estaria esperando uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro e está preparando o discurso para desacreditar sua derrota.
A preocupação reside no chamado voto útil. Como as previsões, neste momento, são de uma eleição que tem tudo para ser apertada, o objetivo com o fim dessas falas é evitar a perda de espaço para outros candidatos.
A expectativa, no entanto, é que Bolsonaro tenha dificuldade em reduzir o tom das ameaças que tem feito ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na terça-feira (7), por exemplo, o presidente voltou a atacar ministros e repetiu, sem provas, que houve fraude nas eleições de 2018.
O próprio PL, partido ao qual o presidente se filiou, embarcou no discurso e contratou uma empresa para auditar o processo, após o pleito. A legenda já pesquisou até uma segunda empresa, caso a primeira não possa assumir a tarefa.
Juliana Braga/Folhapress