Após dois anos sem festa, nordestinos vivenciam o São João

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Festa Junina na Praça Monsenhor Marcos

Dois anos. A emergência global causada pela pandemia do novo coronavírus, que chegou por aqui em março de 2020, fez os brasileiros ficarem dois anos afastados de uma das maiores festas populares do País.

Marcado por raízes históricas profundas no Nordeste, com características bem peculiares que vão das comidas às roupas, o São João tem um significado ainda mais especial em Pernambuco, onde a população mata a saudade dos “arraiás”.

A estudante de Direito Nayara Carvalho, de 24 anos, mora em Caruaru, um dos principais polos juninos do Brasil, e é um exemplo de quem sentiu um aperto no peito ao passar tanto tempo sem poder curtir uma festa junina. “Lembro que, em 2020, quando foram chegando os dias, eu fiquei muito triste, abalada mesmo, por não poder viver o momento e não ter perspectiva de quando vivê-lo novamente”, conta.

Quando não fica na Capital do Forró, a jovem brinca o São João em algum sítio da família. “A gente fazia as fogueiras sempre na véspera do dia de santo e comprava milho, comida típica, botava um forrozinho. E eu gosto demais. Unia mais as pessoas e, no interior, tudo fica melhor, mais aguçado de se viver”, comenta.

Por tudo isso, ela considera esta a melhor época do ano. “Tudo fica muito mágico, muito acolhedor, muito mais aquecido por mais que estejamos num período frio, como se fôssemos abraçados por alguma energia. Com certeza, o São João é o maior e o melhor do mundo. Não tenho dúvida alguma”, ressalta.

A jornalista e estudante de Direito Katarina Vieira, de 28 anos, é uma dessas pessoas que não resistem a uma boa festa junina. Natural do Recife, ela viveu boa parte da infância e da adolescência em Arcoverde. E, mesmo voltando a morar na Capital, nunca perde a oportunidade de passar o período no município sertanejo.

“Eu gosto do São João daqui porque a gente não perdeu essa essência, de estar trazendo os elementos da cultura local na qual a gente foi criado”, diz a estudante, que, entre as atividades comuns na programação, gosta de participar da Caminhada do Forró, grande cortejo que completou dez anos em 2022.

Para ela, o São João é uma forma de confraternização. “É um momento de estar com a família, com os amigos, e de mostrar a cultura da minha cidade para as outras pessoas. Eu adoro quando meus amigos trazem pessoas para cá para conhecerem, e eles falam o quanto aqui é diferente”, afirma com orgulho.

Folha Pernambuco Foto Agencia Brasil

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