Editorial: Ainda não é hora de festa de rua

Juazeiro

O que se espera dos gestores municipais, nesse período que parece ser o final da pandemia, mas não é, é o mínimo de responsabilidade com a saúde da população, mesmo que essa população não entenda a decisão acertada do poder público, não é fazer o que se quer, mas o que é necessário.

Claro que todos nós amamos a maior festa de rua do planeta, que é o CARNAVAL, e que gostaríamos de poder curtir dois, três, até cinco dias de folia, sem a menor preocupação de contágio do novocoronavírus, até porque, como se calcula, prefeitos das maiores cidades do país, onde o carnaval é mais celebrado, mais de 60% da população de cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, está vacinada, sem contar outras cidades menores, onde existe pré-carnaval, a exemplo de Juazeiro, no interior da Bahia. Mas a verdade, é que existe ainda um grande “suspense” quanto à realização ou não do carnaval em 2022.

Mas, a sociedade está atenta, os especialistas em saúde e as autoridades médicas estão sempre alertando para o perigo dessa retomada precipitada, dessa suposta volta à normalidade, só porque a campanha de vacinação entrou numa fase mais confortável, e passamos dos 60% de vacinados com no mínimo a primeira dose, e estamos avançando na vacinação do público de menor idade, como os adolescentes.

A pandemia não passou, existe ainda a possibilidade das variantes, de outras ondas mais perigosas da doença, e no Brasil, que o cuidado sempre foi menor, sempre foi deixado pra depois, sem as devidas precauções, e investimentos corretos, isso independente de quem é a culpa, se governo federal, ou estados e municípios, que passaram a ter a gestão da doença respaldada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o conjunto das forças entre o Ministério da Saúde e as demais secretarias estaduais e municipais de saúde, e ainda os conselhos de Saúde, a ANVISA, e demais órgãos descentralizados, é o que realmente importa, porque desse conjunto de ações dependia e ainda depende a segurança de toda uma nação.

Procurar culpados e até uma possível punição não vai trazer de volta as mais de 600 mil vidas perdidas em quase dois anos de pandemia, e a CPI da COVID, que deu uma grande contribuição à sociedade, encerrou suas atividades, passando às outras instâncias de poder as investigações e possíveis punições dos responsáveis. E o final dessa “novela” ninguém sabe como será. Mas o carnaval é possível! Será?

O governo de São Paulo, que ainda não sabe ao certo se vai ter a folia ou não, (diz que não, mas mantém o suspense), já autorizou a não obrigatoriedade do uso de máscara ao ar livre, a partir de dezembro, e algumas pequenas aglomerações já acontecem de maneira “normal”, em diversas cidades, e os estádios… Bem, os estádios voltaram a ter torcedores presenciais, praticamente em todo o Brasil. Mas carnaval, onde respeito a distanciamento social é impossível, não tem como ser realizado.

O comunicador e comentarista, Raimundo Varela, em participação recente em programa televisivo, deu “cartão vermelho” para o bloco baiano “As Muquiranas”, por ter lançado o Carnaval 2022 da agremiação carnavalesca, com a participação da banda Psirico, mesmo sem a confirmação oficial do Governo do Estado e da Prefeitura de Salvador. Varela foi enfático, e disse em alto e bom som: “Vão procurar o que fazer”. E não fosse só isso, o bloco “As Muquiranas” ainda usou uniformes de enfermeiras, como se fosse uma homenagem, mas na verdade não passou de um grande “deboche”, a tal “piada sem graça”, que a classe médica não merece e a sociedade repudia.

Por Paulo Roberto

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *