Homenagem: O professor Rivas fez 80 em silêncio, mas em “cinemascope” tecnicolor”

Cidades Juazeiro

O poeta “novo baiano ” Luiz Galvão (87) diz em uma parceria com Moraes que é preciso ouvir o “silencioso som do universo”, compreender “dor e ferida”, para ser a “chama e fogo” e não deixar “morrer a vida”, ser como a “doce linda juventude árvore sombra e produz”.

Na licença poética em profusão existêncial do ser humano,  no “universo circular” é possível traduzir uma vida em versos na meta fora da metáfora do “saudoso poeta “. da viagem  canção “terra ” de Caetano Veloso (80 em agosto).

O prof. Rivas está muito mais para dentro da “estrela azulada”, do “cinema paradiso”, não é o diretor roteirista italiano Giuseppe Tornatore, nem o projecionista Alfredo o do cine São Francisco era Bila) quem sabe o menino “Totó” que assistia em “soirée”, antes da “matinê”, pela fresta da cortina, o padre liberar e proibir beijos ‘splish splesh”. Acreditem, o primeiro show do rei Roberto  Carlos aqui na região, foi justamente no cine São Francisco. 

Pois é, antes de ser perfeito de Juazeiro, o prof.  Rivadávio Spínola Ramos era o administrador do “cinema de Juazeiro ” e jogava futebol de salão. 

O cara mais importante na cidade da minha mágica infância,  certamente por  causa do cine-teatro. 

De “Marcelino pão e vinho” do ” urubu da Paramounth” , e da minha frustração por não poder assistir “Dr.Jivago” na reinauguração, (mas vi umas três vezes “The good,  the bad, the ugly” para poder traduzir ‘três homens em conflito”).

Para mim, Gina Lollobrigida, Brigitte Bardot e Sophia Loren moravam na rua da Apolo.

Foi no cine-teatro são Francisco “da tarde dos brotos ” na voz de Hebeth Mouse, das primeiras lutas promovidas por Clésio Rômulo Athanásio (lembram de  Samuel x Moxotó x “punhos de aço “),  que eu fiz meu primeiro show em Juazeiro, com cenário cinematográfico, “slides” de Euvaldo Macedo Filho, figurino de Jucyara Campelo e  cartaz de Coelhão. O nome do show era horroso – espírito sangue – e o Kuey me desenhou como um busto de Beethoven em cima de um túmulo violão. 

“Convivendo com a memória ” é o roteiro romance da vida do professor. Assim como colecionar sonetos e retratos em “branco e preto”, conhecendo passos da longa estrada. 

Era o prof Rivas o cara do nosso “cinema paradiso” em Juazeiro…cuidando do meu sonho vivo e cristalino na tela gigante. .ainda bem que o cinema não fechou na minha infância. Mas já não  podemos ouvir “tema de Lara” do lado de fora, trocando “gibis”.

Parabéns prof. Rivas! Na paráfrase, como a borboleta que se desfaz em amarelo no parabrisa do carro do poeta Pedro Raymundo, parafraseando outro de oitenta em muitos oitis: “Novo tempo sempre se inaugura a cada instante que você  viver” (Gilberto Gil).

Maurício Dias

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