Um total de 21.302 hectares de floresta foi desmatado na mata atlântica no primeiro semestre de 2022. É como se 117 campos de futebol tivessem sido destruídos todos os dias, o que corresponde à emissão de mais de 10,2 milhões de toneladas de CO2.
Os dados são do terceiro boletim do SAD (Sistema de Alertas de Desmatamento), ferramenta desenvolvida pela SOS Mata Atlântica juntamente com a sociedade de geógrafos Arcplan e o projeto MapBiomas.
Lançado em fevereiro deste ano, o sistema é específico para esta vegetação e é capaz de detectar áreas afetadas a partir de 0,3 hectare.
“A gente infelizmente estava contando com o aumento desmatamento em função do contexto político que temos vivido e dos ataques à mata atlântica, mas o tamanho nos surpreendeu”, afirma o diretor-executivo da SOS Mata Atlântica, Luis Fernando Guedes Pinto.
E segue: “É um número muito grande. Devíamos estar falando sobre reflorestamento e desmatamento zero, mas estamos indo na contramão de tudo e comprometendo o nosso futuro”.
De acordo com o novo relatório, a Bahia foi o estado que mais teve área desmatada nos primeiros seis meses deste ano, com 7.412 hectares derrubados, seguido por Minas Gerais (5.535), Paraná (1.607), Piauí (1.364) e Santa Catarina (1.350). Somadas, as áreas correspondem a 81% do total destruído.
Já entre os municípios, o que teve o maior somatório de área desmatada foi Baianópolis (BA), com 1.697 hectares, seguido por Santa Rita de Cássia (BA) e Porto Murtinho (MS), com 440 hectares cada um. Mônica Bergamo/Folhapress