O último confronto entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está marcado para sexta-feira, 28, a partir das 21h30, na TV Globo. O debate acontece faltando dois dias para o segundo turno.
No primeiro turno, Lula obteve 57,2 milhões de votos válidos, ou 48,43% do contabilizado pela Justiça Eleitoral. Bolsonaro, candidato à reeleição, recebeu 51 milhões de votos, ou 43,20% do total.
Cientistas e analistas políticos ouvidos pelo Estadão relatam dificuldade em prever o comportamento dos candidatos no debate, devido à instabilidade no cenário político. Mas, em geral, os especialistas esperam uma postura mais ofensiva de Bolsonaro, que tem uma necessidade maior de conquistar votos nesta reta final do que Lula.
“Apostaria em um Lula cauteloso e um Bolsonaro ofensivo. No caso do petista, ele precisa tomar cuidado para a cautela não virar apatia, que marcou seu desempenho nos últimos debates”, aponta Claudio Couto, cientista político da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para o cientista político Rodrigo Prando, do Mackenzie, o debate deve ser tenso, pelo fato de ser o último encontro televisivo com o eleitorado. “Por ser o último debate pode ocorrer um nervosismo dos candidatos e isso pode atrapalhar a racionalidade e o planejamento das candidaturas”, disse.
José Paulo Martins Júnior, cientista político da Universidade Federal Fluminense (UFF), espera um debate diferente em comparação ao da Band. “No último debate, no final, Lula não foi bem e permitiu que Bolsonaro virasse o jogo. Para o debate da Globo, esperamos que ambos saibam aproveitar as oportunidades, debater, se contrapor”, analisa.
Carlos Fico, professor de História do Brasil na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acredita que, independentemente do desempenho dos candidatos, o evento deve ter pouco efeito sobre o eleitorado fiel nesta reta final. “Chamamos de adesão por afeto e é a primeira vez que temos dois candidatos com esse tipo de eleitorado. Erros durante o debate ou casos como o de Roberto Jefferson tendem a ser ignorados”, explica.
Estadão