Se existe um clube que sabe bem o que é ser brasileiro e ostentar a sua fibra, este é o Palmeiras. Assim como no trecho do hino composto em 1949, o alviverde mostrou, mais uma vez, que, de fato, é campeão ao faturar o 11º título da principal competição do país. O feito rendeu ao alviverde a liderança isolada do ranking de maiores detentores de troféus nacionais. Agora, os paulistas colecionam 16 taças contra 15 do Flamengo.
Embora o título estivesse bem encaminhado, Abel Ferreira e comandados adotaram um discurso de cautela durante a semana. O lema “cabeça fria e coração quente” foi a tônica após a expectativa frustrada de título antecipado na semana anterior. E espera verde foi recompensada. A façanha palmeirense na elite nacional veio antes mesmo da bola rolar para o confronto diante do Fortaleza, no Allianz Parque.
Três horas e meia antes do apito inicial na Zona Oeste de São Paulo, o América-MG venceu o Internacional por 1 x 0 e pôs fim ao sonho gaúcho, ainda que distante, pelo tetracampeonato brasileiro. O tropeço colorado “poupou” esforços e diminuiu a ansiedade da torcida palmeirense antes da partida em casa. Apesar de ter entrado em campo ostentando o título, o maior campeão do Brasil manteve o ritmo que o credenciou como time a ser batido na elite nacional neste ano.
Jogando sem o “peso” de precisar vencer para chegar ao objetivo, Abel Ferreira escalou uma equipe ofensiva e com a joia Endrick entre os titulares. A defesa que ninguém passa seguiu a cartilha e não vacilou. Lá na frente, Rony chamou a responsabilidade e anotou dois dos quatro gols da vitória contundente sobre os cearenses. Um dos principais nomes da história recente do clube, Dudu não poderia deixar de participar da festa e guardar o dele. Caçula da turma, Endrick pôs a cereja no bolo ao fechar a goleada do título.
Mentor de uma das eras mais vitoriosas do Palmeiras, o técnico Abel Ferreira chegou à sexta conquista em dois anos de Academia de Futebol e igualou-se a Luiz Felipe Scolari como o terceiro treinador mais bem-sucedido da centenária história alviverde. A taça do Brasileirão era, inclusive, a única que faltava ao comandante português, que já faturou duas Libertadores, uma Copa do Brasil, uma Recopa Sul-Americana e um Paulistão.
“É um ano para relembrar. Não andamos atrás de recordes, mas fizemos uma campanha extraordinária na Libertadores, gols marcados, sofridos, uma equipe muito competitiva. É uma equipe que não joga bonito, mas joga bem. É diferente”, ressaltou Abel Ferreira ao SporTV.
Apesar de a Libertadores ter sido o principal objetivo do Palestra do ano, o treinador português não diminuiu a conquista nacional. “O sentimento é de muita gratidão e orgulho de tudo isso que esses jogadores têm feito. A nossa autoestima é tão grande que temos espaço para aqueles que gostam de nós e para aqueles que não gostam”, complementou Abel.
Um dos protagonistas da noite, Endrick comentou sobre o gol e a primeira conquista como jogador profissional. “Deus é espetacular. No primeiro jogo não fiz o gol, mas Ele estava escrevendo uma história boa. Agora, é curtir o momento e seguir com pés no chão, seguir trabalhando cada vez mais porque ainda não está bom”, analisou à TV Globo.
Rodada
Outros cinco jogos completaram a 35ª rodada. Destaque para o reencontro entre Flamengo e Corinthians, no Maracanã. Ainda em comemorações pelo tricampeonato da Libertadores, o rubro-negro foi a campo com o time reserva, enquanto os paulistas entraram com força máxima e levaram a melhor por 2 x 1. Du Queiroz abriu o marcador e viu Matheus França descontar no segundo tempo. Na reta final, Yuri Alberto fez jogada individual para dar números finais e garantir o Timão na fase de grupos da Libertadores do próximo ano.
Também de olho em uma das vagas diretas para o torneio continental, o Athletico-PR recebeu o Goiás em Curitiba, venceu por 3 x 2 e se manteve firme para continuar entre os seis primeiros.
Fonte: Correio