Editorial: Chega de Ódio!

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“Enquanto imperar a filosofia de que há uma raça inferior e outra superior o mundo estará permanentemente em guerra”.

Haile Selassie

(Adaptação de um trecho do discurso de Selassie na Liga das Nações em 1963 serviu de inspiração à música “War”, de Bob Marley).

Crimes de toda espécie baseados em lutas equivocadas e manipuladas, ou crimes estrategicamente planejados, na maioria das vezes travestidos de ideologias, de bandeiras, e movimentos antidemocráticos, de lemas como “Deus, Pátria e Família”, e governo armado, e bancada da bala, idem e ibidem, o Brasil vai copiando modelos fascistas, com teor também nazista, agindo como se estivesse numa guerra moral e civilizatória, do bem contra o mal, e os verdadeiros valores morais e éticos do país sucumbem à força violenta das insistentes e perigosas fake news.

O resultado dessas frequentes sandices provocadas por pessoas alheias à civilização e defensoras da barbárie é o terror financiado pelas falsas religiões, empresários golpistas, e famílias desajustadas que levam à delinquência de seus filhos, ainda na adolescência, ao assistir relatos dos pais, dos familiares e amigos, sobre o que desconhecem, mas são orientados a acreditar como verdade.

Poderia citar inúmeros crimes de ódio que foram deflagrados na sua grande maioria por um governo que apoia a violência ideológica e política, onde os direitos à diversidade, a cultura, a negritude, as religiões afros, dos movimentos sociais e da comunidade LGBTQIA+ são constantemente ameaçados, violados e violentados da maneira mais selvagem, estúpida e vil por seguidores idem.

Chega de intolerância! Chega de racismo! Chega de feminicídio! Chega de homofobia! Chega de preconceito! Chega de tanto ódio!

Os assassinatos em duas escolas no Espírito Santo registrados recentemente ceifaram a vida de uma estudante de apenas 12 anos, e também de duas professoras, – uma delas dava aula de artes – a arte, como símbolo de transformação e salvação, também foi atacada assim como a EDUCAÇÃO, e o futuro de uma menina roubado, sacrificado brutalmente por um também adolescente, esse de 16 anos, que possivelmente teve mais oportunidades que ela, mas não uma educação exemplar que pudesse almejar um futuro bom.

O desabafo de uma mãe que perdeu a sua filha precocemente de maneira tão bárbara é o desabafo de todos nós: “Chega de ódio!” e mais que isso, chega também de omissão! E que sirva de exemplo, entre tantos outros que não serviram, mas isso tem que mudar. Temos que avançar e não retroceder na política de desarmamento, de uma maneira mais rígida e responsável, porque mesmo que seja filho de policial militar, cuja profissão exige o porte de arma, que esse mesmo militar seja punido rigorosamente ou pelo menos seja corrigido em suas atitudes, senão como pai (ato disciplinar duvidoso), que seja então responsabilizado administrativamente.

A política insensata e incorrigível do governo Bolsonaro quando instituiu o famigerado Decreto das Armas deu mais espaço à irresponsabilidade daqueles, que mesmo sendo policiais, não souberam cuidar da segurança dentro e fora de casa.

São muitos os culpados, mas diante do discurso de ódio de uma sociedade armada e a omissão dos mecanismos de controle sobre esse mesmo discurso revelam que existe apenas um, o governo!

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