A adesão de filiados do Podemos ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve interromper as conversas com PSDB e Cidadania, que se colocam como oposição, para a formação de uma federação partidária.
“As conversas continuam, não faria sentido interromper nesse momento, antes de definirmos os termos da federação”, diz o secretário-geral tucano, o deputado federal Paulo Abi-Ackel (MG).
PSDB e Cidadania já estão federados, e pretendem atrair o Podemos para a união. Se concretizado, o arranjo prevê que as legendas atuem como um único bloco durante um período de quatro anos.
Na semana passada, o Podemos indicou Douglas Figueiredo para a presidência da Geap (plano de saúde dos servidores federais) e Thiago Milhim para uma secretaria no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
De acordo com Abi-Ackel, o formato da federação ainda será discutido. Segundo ele, há dois modelos possíveis: um mais amplo, com unidade de posicionamento no Congresso na relação com o governo Lula, ou outro mais restrito, com ênfase maior na campanha municipal de 2024.
Caso a primeira opção prevaleça, a presença do Podemos no governo petista pode ser um problema.
“Do meu ponto de vista, a federação passa necessariamente por uma harmonia grande de propósitos, ideário, conduta e posição sobre o governo. Durante as conversas, o Podemos vai ver as vantagens e desvantagens de estar no governo. Mas vamos tratar disso na hora certa”, afirma.
As conversas, por ora, continuam. Na semana passada, os presidentes dos dois partidos, Eduardo Leite (PSDB) e Renata Abreu (Podemos), jantaram para debater o tema.
Fábio Zanini / Folhapress
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