Uma comissão de juízas do trabalho lançou na última sexta-feira (17) um abaixo-assinado em defesa da indicação de duas mulheres para ocupar as próximas vagas de ministros que serão abertas no STF (Supremo Tribunal Federal), de preferência uma negra e uma da carreira trabalhista.
Presidente da Comissão Anamatra Mulheres, criada pela direção da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho, a juíza Patrícia Sant’Anna critica a baixa representatividade feminina nos quadros do Supremo.
“O STF teve somente três mulheres ministras em 132 anos, sendo que nenhuma delas negra, inexistindo assim paridade no principal tribunal do país”, afirma.
“Além disso, é muito importante haver na Corte, de forma contínua e constante, a representação oriunda da Justiça do Trabalho, a fim de enriquecer a experiência e a visão própria da Justiça Social e do direito social para os debates da Casa.”
No texto do abaixo-assinado, a comissão critica a inexistência de paridade de gênero no STF e afirma que a experiência de uma mulher negra ajudaria a combater o racismo e o machismo estrutural na sociedade. As juízas afirmam ainda que seria um avanço que contribuiria “para a reparação da dívida histórica com o povo negro em decorrência da barbárie da escravidão ocorrida no Brasil.”
Até maio deve ser aberta a vaga do ministro Ricardo Lewandowski, que terá que se aposentar ao completar 75 anos, idade máxima para permanecer na Corte. Cinco meses depois, em outubro, a ministra Rosa Weber se aposenta.
Folhapress
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