Durante os dias 13 a 17 de março, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) – Regional Bahia realizou a primeira etapa do Curso em Educação e Diversidade Camponesa. A Formação, realizada no Espaço Plural da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro (BA), reuniu cerca de 20 agentes da pastoral e parceiros/as de várias regiões do estado.
Nessa primeira etapa, o Curso contou com três disciplinas: sociologia das lutas camponesas, ministrada pelo Prof. Dr. Em Sociologia Celso Favero; antropologia das lutas dos povos tradicionais, pelo antropólogo e agente da CPT Cláudio Dourado; e comunicação contra hegemônica e disputas de narrativas, facilitada pela Prof.ª. Dra. Gislene Moreira (UNEB).
A formação continuada com os/as agentes da CPT é uma das estratégias prioritárias da Pastoral desde o seu surgimento há quase 50 anos, conforme explica a integrante da coordenação da CPT Bahia Maria Aparecida Silva. “A CPT é uma entidade de assessoria e apoio aos povos do campo, então, necessita desse processo de formação. A parceria com a universidade é significativa porque tem um campo de professores/parceiros que estão dedicados às temáticas que convivemos diariamente no dia a dia no acompanhamento aos/os camponeses/as em seus territórios”, ressalta.
Essa é a segunda vez que a CPT realiza uma formação em parceria com a Univasf. A primeira foi em 2018, em um curso que reuniu agentes da Pastoral de toda a região Nordeste. Para o professor do Colegiado de Ciências Sociais Adalton Marques, que faz parte da coordenação da Formação, a expectativa é que o Curso em Educação e Diversidade aprimore não só o trabalho pastoral mas também o fazer acadêmico. “É uma alegria enorme trabalhar com a CPT Bahia. Eu acho que esse é o caminho da universidade, o caminho de não só estender conhecimento, mas de fazer uma extensão que seja na verdade uma troca. A experiência da CPT é incomparável no mapeamento de conflitos no Brasil, uma referência mundial”, destaca o professor.
Ao todo, a Formação contará com uma carga horária de 150 horas, distribuídas em encontros presenciais e online. As próximas etapas serão realizadas nos meses de julho e outubro. Mais cinco disciplinas ainda serão oferecidas, entre elas Casa Comum e Ecoteologia, Metodologia de Pesquisa, e Interseccionalidade e marcadores sociais da diferença.
Para a agente da CPT da região Centro-Oeste da Bahia Adeane Araújo, essa primeira etapa do Curso foi de muito aprendizado e desconstrução, com o aprofundamento de alguns conceitos. A jovem, que passou a fazer parte da equipe da Pastoral este ano, comenta que “a partir do debate com agentes da CPT de todo o estado, eu pude conhecer mais a realidade das comunidades do campo, e isso é muito rico”.
Texto e foto: Comunicação CPT Bahia
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