Para o ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski, o advogado Crisitano Zanin está à altura da cadeira ocupada até abril por ele.
O ex-ministro disse ao Painel acreditar que ele irá bem na sabatina no Senado à qual está sendo submetido nesta quarta-feira (21) por não ter “aresta nenhuma” e não ser “matizado ideologicamente”. Ele conversou com o Painel após participar de evento organizado pela Esfera Brasil e pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) sobre a reforma tributária.
Lewandowski rebate às críticas de opositores de que Zanin seria petista. Na avaliação do jurista, ele apenas advogou para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que não o compromete.
“O advogado não tem, como o juiz, não tem impedimentos, ele não tem suspeição, ele tem cliente. Eu estava dando um exemplo como um médico, que é um cancerologista. Não é porque ele vai operar um canceroso que ele vai ficar com câncer. São profissionais como vocês, jornalistas. Vocês às vezes têm uma posição, entrevistam alguém. Isso não significa que vocês estão, digamos assim, comprometidos com uma ideia”.
Aposentado desde abril, Lewandowski disse que tem se mantido ocupado e ainda não sentiu saudade do STF. Mas destaca o que avalia como importante dentro da sua trajetória.
“O que eu acho é que o Supremo te permite o seguinte: que você faça história. Tem decisões que você faz história, né? Por exemplo, eu modestamente, estive na questão das cotas raciais, uma virada de página importante. Mesmo as questões de garantias do cidadão perante ao juiz, outras questões importantes, como a da pandemia. Na suprema corte você, de certa maneira, é um protagonista político”, ressalta.
“Mas tudo na vida tem o seu momento. Agora nós estamos do outro lado, pleiteando”, comenta sobre sua nova fase.
Juliana Braga, Folhapress/Foto: Nelson Jr./SCO/STF/Arquivo
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