“Juazeiro de perto. Quem sabe como é isso? Coelhão sabe, sim. Ele sabe bem. Sabe que Juazeiro não é só um lugar no mundo. É um mundo construído sobre determinado lugar”, escreve a professora Odomaria Rosa Bandeira Macedo no prólogo do livro “Juazeiro de perto: uma mistura de arte, cultura e política”, lançado em dezembro pelo artista plástico juazeirense Coelhão (Antonio Carlos Coêlho de Assis).
A obra conta a história de alguns espaços, grupos e associações que surgiram entre as décadas de 1970 e o início dos anos 2000, como a Associação dos Universitários de Juazeiro (AUJ), o Grupo Êxodus, o Círculo de Convivência Cultural, o Cine Clube Angarís, o Chá das Cinco, o Centro de Cultura e Debate, o Movimento de Defesa do São Francisco, o Centro de Cultura João Gilberto e o Movimento Pescadores da Criação.
Em um ano ainda marcado pelas incertezas pandêmicas do novo coronavírus (Covid-19), o livro celebra algo raro e delicado nos tempos atuais: o estar junto para construir frentes de atuação nas áreas social, cultural, educacional, política e ambiental nas ruas, avenidas, praças, palcos, salas e até na beira do rio. São 230 pessoas citadas no transcorrer das 116 páginas, das quais 14 foram entrevistadas.
“Este livro é um trabalho de construção de memórias, de relatos de histórias vividas por ele próprio [Coelhão] ou por outros sujeitos […]. É composto de relatos de diversas pessoas em movimentos, fazendo e acontecendo, batalhando para matar muitas fomes, fomes de tudo. As histórias contêm sonhos e invenções de muitos tipos, contêm jeitos de realizar, de agitar, de interferir, de criar alternativas de se viver melhor no mundo”, relata a professora Odomaria, também participante ativa das iniciativas descritas na obra.
A proposta, segundo Coelhão, é colocar nos anais da historiografia juazeirense “agrupamentos que se formam momentaneamente ou perduram por certo tempo, estabelecendo, além do convívio por motivações diversas, um tecido social que se move na construção de si, definindo modos, maneiras, saberes e afetos que vêm a ser, na essência, o que de fato somos e como nos constituímos”.
E nem só de textos é feita a construção dos nove agrupamentos. Ao longo das páginas, 46 imagens de arquivos pessoais acompanham a progressão das histórias narradas por Coelhão, dando um tom especial à descrição de acontecimentos importantes para a sociedade juazeirense.
O projeto para a publicação de 100 exemplares de “Juazeiro de perto: uma mistura de arte, cultura e política” foi aprovado no Edital Usinas Culturais 2020 da Prefeitura Municipal de Juazeiro e viabilizado pela Lei Aldir Blanc. As impressões da primeira edição do livro estão sendo distribuídas em bibliotecas, espaços culturais e para as pessoas diretamente envolvidas na publicação.
Mas, para quem deseja adquirir uma cópia física da obra, o autor está em contato com a editora Scortecci para uma nova edição de Juazeiro de Perto. Interessados podem contactar Coelhão pelo Facebook, Instagram ou pelo telefone (74) 99122 0456 e solicitar o seu exemplar até o dia 15 de janeiro.
Ascom