Ação inédita faz parte do programa Escolas do Bem, que fomenta o protagonismo das instituições de ensino em projetos de melhoria para os bairros.
Imagine uma cidade onde as crianças podem brincar nas ruas, caminhar com segurança e aprender a valorizar e cuidar do seu bairro. Parece difícil nos dias de hoje, mas um projeto desenvolvido pelo programa Escolas do Bem está rompendo algumas barreiras e pretende devolver a rua para as crianças.
Trata-se do Calçadas Brincantes, uma ação inédita que vai mudar a cara de vários bairros de São Paulo, com a pintura de brincadeiras em mais de 200 calçadas. E o que é melhor: em um único dia, 28 de outubro.
A iniciativa, coordenada pelo Instituto Noa, acontece simultaneamente em outros estados, como Minas Gerais e Bahia. Juntas, as escolas que fazem parte do programa pretendem pintar aproximadamente 500 calçadas brincantes neste dia.
“As escolas estão mobilizando não apenas seu público interno, como pais, alunos e professores, mas também toda a comunidade. Qualquer pessoa pode participar do projeto, seja juntando os amigos para pintar uma brincadeira na calçada, doando materiais de pintura ou até mesmo desenhando uma brincadeira diferente”, explica Lucy De Miguel, idealizadora do Programa Escolas do Bem.
Ação acontece em cinco bairros da capital
O projeto Calçadas Brincantes conta com o apoio da Prefeitura de São Paulo, por meio das Subprefeituras da Lapa, de Santo Amaro, da Penha, de Pirituba e da Vila Mariana. Na Lapa, por exemplo, duas escolas pretendem mudar a cara dos bairros Vila Leopoldina, Vila Romana e Pompéia.
“Já temos mais de 70 equipes inscritas, que farão as pinturas no entorno das escolas Greenkids School, Espaço Pensar e Espaço Lúdico, todas integrantes do programa Escolas do Bem. Todos os materiais para as pinturas, como tintas e pincéis, foram doados por empresários locais, que abraçaram o projeto como patrocinadores”, conta Lucy.
Na Zona Sul, a ONG Alquimia coordena a ação e promete transformar as ruas do Jardim Aeroporto, Parque Jabaquara e Vila Santa Catarina, além do Centro Cultural de Santo Amaro. Serão pintadas aproximadamente 100 brincadeiras nas calçadas da região.
No bairro de Mirandópolis, o Colégio Carandá fez diversas parcerias com empresas e comércio local, contribuído para a pintura de cerca de 20 calçadas na região próxima das Avenidas Luís Góes e José Maria Whitaker.
Na Penha, Zona Leste da cidade, a Escola AE Carvalho mobilizou voluntários que irão pintar mais de 40 calçadas em ruas, praças e parques públicos.
Mapa do Brincar incentiva a exploração da cidade
Além da pintura das brincadeiras nas calçadas, as escolas estão preparando um Mapa do Brincar para cada região. A ideia é que seja impresso e distribuído nas escolas dos bairros, convidando não somente as crianças, mas toda a população a acompanhar as pinturas. E depois pra entrar na brincadeira.
Em São Paulo serão distribuídos cerca de 50 mil mapas, pontuando a localização das brincadeiras. “Queremos que as crianças explorem seus bairros, conheçam suas ruas, suas praças e sua gente por meio das brincadeiras. Esse é um aprendizado que elas vão levar para a vida, porque só cuida do bairro, da cidade, aquele que tem uma formação cidadã, que aprendeu a dar valor no seu território”, explica Lucy.
Artistas criam jogos exclusivos para o projeto
Vários designers, arquitetos e artistas plásticos, que se encantaram com o projeto e a proposta de colorir a cidade com brincadeiras, estão contribuindo voluntariamente com a ação. É o caso da arquiteta e tatuadora Gabi Cravo, que criou uma proposta inédita de brincadeira envolvendo mulheres que contribuíram para a história do país — mas que são desconhecidas por muitas crianças. Ela criou a Trilha da Notáveis, que traz as obras de Lina Bo Bardi e Tarsila do Amaral, entre outras, numa espécie de ligue os pontos. Esta brincadeira será pintada na Praça Diogo do Amaral, na Vila Romana.
A designer Luana Miyamoto buscou inspiração na magia dos contos de fadas e criou três brincadeiras diferentes, mas que se complementam, com personagens que ela espera inspirar as crianças e adultos a criarem histórias enquanto brincam. Essas brincadeiras serão pintadas nas calçadas do Parque do Chuvisco, no Jardim Aeroporto.
Sobre o programa Escolas Do Bem
Idealizado pela jornalista e doutora em Ciência Sociais, Lucy De Miguel, o programa foi criado para ajudar as escolas a assumirem um papel ativo em suas comunidades, longe de ações comuns de caridade, mas estimulando na realização de projetos que sejam realmente transformadores para todo o seu entorno. Nesta proposta já foram certificadas mais de 135 escolas no Brasil, em 25 cidades, beneficiando mais de 40 mil pessoas. Para mais informações, acesse o site www.escolasdobem.com.br e o perfil @escolasdobem no Instagram.
Lucy de Miguel, Instituto Noa/Escolas do Bem
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