O Pelourinho será palco, nos dias 19 e 20 de dezembro, do projeto “Afoxé Cultura Ancestral”, importante iniciativa para a preservação e reconhecimento cultural desse grupo. Com seminário, mostra e cortejo, o evento objetiva conscientizar aqueles que pertencem à tradição afoxé sobre a necessidade de constituir um conselho e elaborar um plano de proteger o afoxé, visando a preservação desse bem imaterial existente há 138 anos.
O reconhecimento do desfile de Afoxés como patrimônio imaterial do Estado da Bahia, por meio do Decreto nº 12.484 de 2010, ressalta a importância histórica dessas manifestações culturais. No entanto, a ausência de um plano de salvaguarda para esses desfiles, reconhecidos há mais de uma década, destaca a urgência desse projeto para proteger e fortalecer tais expressões culturais.
O afoxé, com suas raízes profundamente ligadas à matriz religiosa do candomblé, é representado por elementos como oralidade, memória, rituais, formação de irmandades e dos terreiros de candomblé. Mantendo-se vivo por meio de desfiles e ensaios carnavalescos e reconhecido por saudar os orixás, reverenciando divindades por meio de músicas, danças e instrumentos específicos.
O projeto “Afoxé Cultura Ancestral” visa fortalecer e salvaguardar o afoxé, destacando sua ancestralidade. A culminância do projeto se dará com o seminário no dia 19 de dezembro, às 14h, no Solar Ferrão, no qual serão discutidas a formação de um conselho e a criação de um plano de preservação. O evento contará com palestrantes, convidados e representantes dos afoxés, além de apresentações musicais e um coquetel com culinária afro-brasileira.
Uma mostra será aberta na mesma ocasião e exibirá adereços e indumentárias de valor cultural para os afoxés, representando a matriz africana e sua ancestralidade. A mostra permanecerá no espaço por dois meses com acesso gratuito.
O ponto alto do projeto será o cortejo de Afoxés, uma atividade coletiva que reunirá no dia 20 de dezembro, às 15h, mais de 30 grupos para desfilar pelas ruas do Centro Histórico. O cortejo é visto como crucial para unir o segmento em torno da preservação dessa expressão cultural.
O projeto realizado pelo Grêmio Comunitário Cultural Olorum Baba Mi conta com a iniciativa do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), que desenvolveu um plano de trabalho de salvaguarda do afoxé e visa o reconhecimento desse grupo.
Helder Azevedo helder@bizcomunicacao.com.br(Fotos: Divulgação)
Mais noticias, click aqui no Blog a notícia do vale |