A balança comercial brasileira encerrou 2023 com superávit recorde de US$ 98,8 bilhões, ultrapassando com folga o saldo do ano anterior, quando as exportações superaram as importações em US$ 61,5 bilhões.
O dado foi informado nesta sexta-feira (5) pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior), ligada ao Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
O superávit de US$ 98,8 bilhões ficou US$ 5,8 bilhões acima da previsão feita pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro, quando era esperado um saldo positivo de US$ 93 bilhões.
O número já tinha sido revisado para cima ao longo do ano. Na primeira previsão, a Secex projetava um superávit de US$ 85,3 bilhões no ano de 2023. Isso representa um desvio de 15,8% entre a primeira estimativa e o dado realizado.
O saldo fechado do ano passado representa um aumento de 60,6% em comparação com a cifra de 2022. A marca de US$ 61,5 bilhões já havia sido superada em agosto de 2023 no acumulado em oito meses.
De acordo com o governo, em 2023, as exportações do país somaram US$ 339,7 bilhões. Houve crescimento de 1,7% em relação ao ano anterior, superando o recorde de US$ 334,1 bilhões de 2022.
Já as importações totalizaram US$ 240,8 bilhões, ante US$ 272,6 bilhões em 2022. Isso significa uma redução de 11,7% em relação ao ano anterior. Foi o terceiro maior valor para as importações.
Para 2024, a expectativa é de leve recuo na balança comercial na comparação com o ano passado. O governo prevê superávit de US$ 94,4 bilhões –sendo US$ 348,2 bilhões em exportações e US$ 253,8 bilhões em importações.
O setor econômico de destaque no ano passado foi o agropecuário. A alta das exportações está ligada, entre outros fatores, a safras recordes de milho e de soja —principal produto vendido pelo Brasil.
Nathalia Garcia, Folhapress/Foto: Divulgação/Arquivo