O FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou mais uma vez as projeções para o crescimento da economia brasileira. Para 2022, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil tem aumento previsto de 0,3% — antes a projeção era de crescimento de 1,5%.
O percentual é em relação ao crescimento estimado de 2021, que deve ficar em 4,7%, ante 5,2% previsto anteriormente pelo FMI. As projeções indicam um cenário econômico muito mais difícil do que o indicado nas projeções de outubro.
Os dados estão no relatório “Panorama Econômico Mundial”, divulgado nesta 3ª feira (25.jan.2021) pelo órgão. Eis a íntegra do documento, em inglês (1 MB).
As projeções de 2022, indicam que o Brasil será o país com menor crescimento entre os países analisados. Em 2023, segundo o FMI, a economia brasileira pode voltar a crescer, mas em um ritmo ainda lento: 1,6%.
A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, chamou a atenção para a pressão que a inflação continuará a ter em países em desenvolvimento, como o Brasil. Além disso, ela afirmou que a alta da taxa de juros em diversos países para tentar controlar a inflação leva muitas incertezas aos mercados mundiais.
“No Brasil houve uma alta considerável na taxa de juros para controlar a inflação. O resultado disso, acreditamos, será visto em 2022”, afirmou a economista-chefe do FMI.
Em 2021, a Selic, a taxa básica de juros teve uma alta de 7,25 pontos percentuais, terminando aos 9,25% ao ano. O Banco Central brasileiro elevou os juros para combater a inflação. O índice de preços chegou a 10,06% no ano passado, o maior patamar desde 2015.
Para Gopinath, os mercados emergentes podem não ser tão impactados pelas mudanças nas taxas de juros globais, mas para isso é necessária uma “comunicação clara do Fed dos Estados Unidos sobre as alterações em sua política monetária”.
O Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) sinalizou que irá aumentar a taxa de juros do país em 2022. A ação colocou economias de todo o mundo em alerta. A alta pode impactar os investimentos, a cotação do dólar e, consequentemente, a inflação, os juros e o crescimento econômico, inclusive do Brasil, em pleno ano eleitoral.
As incertezas da economia mundial incluem ainda o avanço da pandemia. O FMI cita as interrupções na economia de alguns países, ainda que de forma local, por causa da covid-19. A variante ômicron fez com que certos países, como a China, retomasse restrições a atividade e circulação.
Com esse cenário, o órgão reduziu as projeções para o PIB mundial para 2022. Antes previsto em 4,9%, o crescimento mundial agora é esperado em 4,4%. Para 2021, a projeção continuou a mesma: 5,9%. Já para 2023, deve ficar em 3,8%.
Gabriella Soares Poder360