Bandeira branca
No campo político, o Carnaval deste ano foi de paz e amor entre os grupos de Jerônimo e Geraldinho e aquele de Bruno Reis e do antecessor ACM Neto (União). O único momento em que a bandeira branca quase foi deitada ocorreu quando o secretário estadual de Segurança Pública, Marcelo Werner, ensaiou criticar a iluminação colocada pela Prefeitura no entorno dos circuitos. Wegner foi aconselhado no próprio governo a não insistir no discurso.
Conexão Bangladesh
Depois de curtir três dias do Carnaval de Salvador, o presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), embarcou domingo (11) para mais uma viagem internacional. O destino: Bangladesh, na Ásia, de onde só retorna na próxima semana. Na abertura oficial da folia, Adolfo conseguiu unir numa mesma foto o prefeito Bruno Reis, a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT) e os governadores da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e do Rio, Cláudio Castro (PL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Fugiu do Ilê
Presente mais uma vez no Carnaval de Salvador, o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP-AL), recusou o convite de Jerônimo Rodrigues (PT), com quem almoçou no sábado (10), junto com outros parlamentares, para conferir a saída do bloco Ilê Aiyê, no mesmo dia. Preferiu o trio de Bell Marques e o conforto dos camarotes, além de evitar o risco de ser vaiado num ambiente estranho a ele. Bell, por sinal, tem sido beneficiado com o “mecenato” dos amigos políticos baianos de Lira.
Relação de respeito
Quem também marcou presença no almoço no Palácio de Ondina para Arthur Lira foi o líder do União Brasil na Assembleia, deputado Marcinho Oliveira. Em conversa com a coluna, Jerônimo disse que gostaria de ter com o restante da oposição a mesma relação de respeito que tem com o parlamentar liderado do deputado federal Elmar Nascimento (União). “Nós nos respeitamos e nos encontramos em alguns eventos, o que deveria ser visto com naturalidade por todos”, declarou o governador.
Papo carnavalesco
Presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB) visitou Geraldo Jr. no camarote oficial do Estado no Campo Grande, na terça (13) de Carnaval. O tucano garantiu à coluna que não conversou sobre política com o ex-aliado. “Falamos sobre a festa, que esse ano estava mais animada e melhor do que em 2023”. Quem testemunhou o encontro foi a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT).
DC encorpado
Como já havia antecipado o site e a coluna, o vereador Ricardo Almeida vai trocar o Podemos, que hoje faz oposição a Bruno Reis, pelo DC, agora comandado pelo assessor particular do prefeito Igor Dominguez. Membro da Primeira Igreja Batista, o edil promete levar 30 mil votos para a legenda. Ou seja, além dele, que recebeu mais de dez mil sufrágios no pleito de 2020, articula a filiação de outros candidatos, alguns do extinto PSC. Quem também deve retornar ao DC é o vereador Sabá, hoje no PP.
PP desfalcado
Há outros vereadores negociando o ingresso no DC, a exemplo de Leandro Guerrilha (PP) e Marcelo Maia (PMN). Com essas movimentações, o PP, atualmente com seis edis, só deve permanecer com quatro até a eleição, e o PMN, partido em cujo comando Bruno Reis não confia para inclui-lo entre as siglas nanicas aliadas, perde o único representante.
Desconforto “verde”
Do vereador petista Arnando Lessa defendendo a saída do vereador André Fraga do PV e da federação formada pelo partido com o PT e o PCdoB: “Ele é um filiado histórico do PV, mas se eu fosse ele pediria para sair, pois não seria justo a gente trabalhar para elegê-lo, já que ele apoia Bruno Reis”. À coluna, Lessa emendou: “Mas se ele insistir em ficar, vamos seguir a regra do jogo e não podemos tirá-lo à força”. Por sinal, André Fraga já avisou que não sai da sigla nem se o prefeito pedir.
Resiliência
O vereador Téo Senna não pretende deixar o PSDB, apesar de esse ser o desejo dos colegas de partido, incluindo o presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz – embora ninguém admita abertamente. Téo é visto como um corpo estranho no ninho tucano. Ninguém esquece, por exemplo, que quando o partido dialogava com o governo do Estado para marcar posição, o vereador criticava o movimento pela imprensa. Ele se agarra a Bruno Reis para permanecer.
Senso de oportunidade
Uma eventual saída de Téo Senna poderia abrir as portas do PSDB para o ingresso do vereador Sidninho, hoje no Podemos. A manobra é vista com simpatia entre os tucanos. Há muito Sidninho manifesta o desejo de concorrer à reeleição no partido, que forma uma federação com o Cidadania do vereador Joceval Rodrigues – que deve migrar para o MDB por fazer parte da base do governo estadual.
Briga no Nordeste
Filho do deputado federal Bacelar (PV) e pré-candidato a vereador, João Cláudio Bacelar, presidente do Podemos em Salvador, aproveitou o Carnaval para marcar presença no Nordeste de Amaralina, considerado reduto eleitoral do vereador Cláudio Tinoco (União), um dos principais aliados do prefeito Bruno Reis. Até Geraldo Júnior esteve presente na localidade. A briga promete ser boa!
Apelo à Mesa
O deputado estadual Fabrício Falcão (PCdoB) promete fazer na próxima semana um discurso para tentar sensibilizar os colegas de que deve ser inscrito para disputar a cadeira de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). O objetivo é apelar principalmente aos colegas da Mesa Diretora, que têm a prerrogativa de aprovar postulantes ao cargo. Matematicamente, Fabrício não tem mais como obter as 13 assinaturas necessárias para se inscrever diretamente.
Pitacos
* Bruno Reis pretende fazer, ainda esta semana, um ato formal para dar posse aos novos presidentes do PRD e do DC, os assessores da Prefeitura Francisco Elde e Igor Dominguez, respectivamente. Na prática, os dois já assumiram as funções.
* A federação PT, PCdoB e PV convidou o vereador Joceval Rodrgues (Cidadania) para ingressar no grupo. Sabendo que lá as chances de reeleição seriam pesadas, mesmo com muita reza, o edil pulou fora.
* O deputado estadual Ângelo Coronel Filho (PSD) defende que a PEC da reeleição, que garante o terceiro mandato do aliado Adolfo Menezes (PSD) no comando da Assembleia, seja votada ainda em março. “Adolfo já é quase unanimidade”.
* Os deputados do G+, um dos dois grupos informais de oito membros na Assembleia, analisam a possibilidade de não se oficializar em 2024. Com isso, não deve haver mudanças na união de forças no comando das comissões da Casa.
* Tem gente graúda no PT contabilizando que o ex-deputado Marcelo Nilo (Republicanos) não terá os votos dos 19 parlamentares da oposição que assinaram a lista de inscrição dele para o TCM.
* O mesmo petista disse à Radar do Poder não acreditar no voto de protesto do deputado Fabrício Falcão (PCdoB), que dificilmente conseguirá a inscrição para entrar na disputa, em Marcelo Nilo. “Fabrício e os demais do PCdoB devem votar nulo”.
* Em coletiva no Carnaval, Jerônimo Rodrigues disse que deve apoiar, em Ribeira do Pombal, a reeleição do prefeito Eriksson Silva (PSD). Mas admitiu que Nay Grillo (PSB), ex-aliada de ACM Neto, representa a “banda b” governista.
* No caso de Santo Antônio de Jesus, capital do Recôncavo, Jerônimo afirmou que estão bem avançadas as tratativas para que o candidato da base seja o ex-prefeito Euvaldo Rosa (PSD).
* O vice-prefeito de Barreiras, Emerson Cardoso (União), não gostou nada de ser preterido da sucessão pelo prefeito Zito Barbosa (União), que escolheu como candidato em 2024 o vereador Otoniel Teixeira (PSD).
* Emerson Cardoso ficou irritado porque tinha a palavra de Zito Barbosa de que seria o indicado. Agora, se diz traído e ameaça entrar na disputa por outra sigla. A divisão agradou o ex-deputado Tito (PT), que deve ser o candidato de Jerônimo.
Radar do Poder, a coluna de bastidores do Política Livre
Fotos: Divulgação
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