O PSDB nacional descarta a possibilidade de baixar o tom nas críticas ao governo Lula. O apelo pela mudança no comportamento foi feito pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra. Ela apresentou a demanda, mais de uma vez, diretamente ao presidente do PSDB nacional, Marconi Perillo.
Perillo deixou claro que o partido manterá o objetivo de se recolocar no cenário nacional como principal opositor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não cobrará de Raquel um discurso arraigado contra o petista.
“A governadora Raquel Lyra sabe que tem o total apoio do PSDB para desenvolver seu trabalho e temos acompanhado diariamente o esforço que ela faz para melhorar a vida dos pernambucanos. Defendemos relações republicanas em todas as esferas de poder, sem perseguições, sem ataques pessoais. Assim continuará, porque essa é a história do PSDB”, afirmou em nota.
Depois de ver suas bancadas encolherem no Congresso, perder prefeitos – principalmente em São Paulo, e não ter conseguido nem sequer ter candidato à Presidência da República em 2022, o PSDB decidiu voltar ao embate direto com o PT. A sigla, que polarizou com Lula ao longo de décadas, perdeu espaço para o bolsonarismo. Agora está ciente de que só tem chances de se reerguer se endurecer o discurso.
Ao mesmo tempo, a cúpula tucana sabe que, se exigir postura de oposição de Raquel Lyra ao governo Lula, corre o risco de perdê-la na sigla que atualmente só tem três governadores – além de Raquel, Eduardo Leite (RS) e Eduardo Riedel (MS). A governadora de Pernambuco é cortejada pelo PSD, de Gilberto Kassab, e pelo MDB, para deixar o ninho tucano. Essas afirmam ser independentes e ocupam ministérios no governo Lula.
Roseann Kennedy/Estadão/Foto: Reprodução/Twitter