O Republicanos, partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se esquiva há dois dias de comentar a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão sob suspeita de mandar matar a vereadora Marielle Franco.
Brazão estava filiado à União Brasil, mas desde o fim do ano passado já comandava o Republicanos na capital do Rio de Janeiro, para onde iria se transferir na atual janela partidária.
Ele inclusive foi, de acordo com a Prefeitura do Rio de Janeiro, indicado pelo partido em outubro do ano passado para comandar a Secretaria de Ação Comunitária. A nomeação foi resultado da aliança em torno da pré-candidatura do prefeito Eduardo Paes (PSD) à reeleição.
A assessoria de imprensa do Republicanos-RJ, designada pelo diretório nacional para comentar o caso, afirmou apenas que o deputado “não está filiado ao Republicanos”.
A sigla é comandada no estado pelo prefeito de Belford Roxo, Waguinho Carneiro, que não retornou as ligações e mensagens enviadas. Ele é um dos principais aliados do presidente Lula (PT) no estado.
Chiquinho Brazão e o irmão Domingos Brazão, conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), foram presos neste domingo (24) suspeitos de serem os mandantes do crime, cometido há seis anos. Eles negam terem participado do homicídio.
A determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), teve como base a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, preso em 2019 sob acusação de ser o executor do crime.
Chiquinho ainda estava filiado à União, mas não tinha mais atuação no partido do qual estava de saída. Ainda assim, a executiva nacional da sigla decidiu expulsar o parlamentar. O secretário-geral da União Brasil, ACM Neto, disse que a expulsão é um “ato político simbólico e emblemático”.
O deputado já havia solicitado há um ano ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) autorização para se desfiliar da legenda, com o grupo político de Waguinho, que incluiu a deputada Daniela Carneiro, ex-ministra do Turismo.
Italo Nogueira/Folhapress