Casa de Câmara e Cadeia do Brejo da Madre de Deus recebe projeto de conservação e educação patrimonial

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A antiga Casa de Câmara e Cadeia do Brejo da Madre de Deus, datada do Século XIX e marco arquitetônico da região, é fruto de um projeto abrangente de restauração e preservação, trazendo consigo uma série de iniciativas educacionais para a comunidade local. Hoje transformado em Centro Cultural, o espaço foi contemplado com o incentivo do Funcultura para processo de revitalização crucial no projeto “Conservar para Preservar” para manter em pé e vivo este tesouro histórico. “Este espaço cultural é um importante repositório da vida da sociedade e da população desta cidade do agreste, fundada em meados do século 18. Por conta da sua localização e do status de Brejo, todo o sistema jurídico acontecia lá com o deslocamento de promotores, presos e juízes, que resultou em um acervo documental sobre o dia a dia da região que hoje é fundamental para conhecermos bem a história da região”, comenta Dora Dimenstein, produtora executiva do projeto.

A Casa de Câmara e Cadeia fica no coração do município do Brejo da Madre de Deus, localizado há 204Km da capital de Pernambuco, em um casarão que em muito se assemelha com a arquitetura dos mestres da época. Mas, com o passar dos últimos três séculos, a construção enfrentou o desgaste do tempo, sofrendo danos causados por intempéries e ação de animais, resultando em infiltrações e perda de material construtivo. “O histórico desta edificação reporta-nos ao Século XIX, quando o engenheiro francês Luis Verger Vauthier, responsável também à época pela construção do Ginásio Pernambucano e do Teatro de Santa Isabel, ambos no Recife. Agora, criamos um comitê para trazer de volta a beleza do prédio e manter sua existência para o conhecimento de novas gerações. Para isso, contamos com a orientação e consultoria dos Arquitetos Marina Russel e Pedro Valadares, integrados na missão de preservar e conservar este imóvel, com tombamento estadual, que é administrado pela FUNDARPE com a prefeitura local”, destaca Dora.

Para resgatar sua grandiosidade e importância histórica, o projeto “Conservar para Preservar” realiza obras de restauro no telhado, cimalhas e beirais, além de pintar toda a área externa do imóvel. Porém, mais do que simplesmente restaurar a estrutura física, a iniciativa também visa promover a educação patrimonial. Um curso de 24 horas foi oferecido, abordando temas como os conceitos básicos do patrimônio cultural, técnicas de preservação e a importância da conservação. Com interpretação em LIBRAS, esta formação busca envolver não apenas os profissionais envolvidos na obra, mas também membros da comunidade interessados em adquirir conhecimento sobre restauro e preservação.

Além disso, o projeto inclui palestras nas escolas locais, visando sensibilizar os alunos sobre a importância da preservação de edificações históricas e tombadas. Com acesso gratuito, essas palestras têm como objetivo despertar o sentimento de pertencimento e valorização do patrimônio cultural entre os moradores. “Com o projeto ‘Conservar para Preservar’ não queremos apenas resgatar um pedaço da história pernambucana, mas também promover a conscientização e o envolvimento da comunidade na preservação do seu legado cultural. Isso é importantíssimo por essa é uma história da população pernambucana que pode escapar entre os dedos de todos no futuro”, enfatiza Dimenstein.

Prevendo um amplo alcance, o projeto estima que mais de 8.500 pessoas serão impactadas, incluindo pesquisadores, professores, estudantes, agências de turismo, artistas e a população em geral. Com a geração de aproximadamente 30 empregos diretos e até 250 empregos indiretos, o projeto não apenas conserva um patrimônio histórico, mas também contribui para o desenvolvimento econômico da região.

Ivelise Buarque/Jornalista/ Consultora de Comunicação/Assessoria da ADCE Produções Culturais/Foto: Divulgação

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