‘Forças democráticas’ precisam se unir para barrar direita radical na França, diz Amorim

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O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, saiu em defesa de uma união das “forças democráticas” para barrar a ascensão da direita radical na França. Neste domingo, 30, o Reagrupamento Nacional venceu o 1º turno das eleições legislativas no país europeu, o que impôs uma grande derrota política para o presidente Emanuel Macron. Se a tendência for confirmada no segundo turno, marcado para o próximo domingo, a direita radical pode chegar ao comando do país pela primeira vez em 80 anos.

“A eleição ainda não terminou por lá, não sabemos exatamente o que vai acontecer. Mas se acontecer o mais provável, que é a vitória da extrema direita sem maioria absoluta, o que temos de fazer é lamentar essa desunião das forças democráticas. Eu vejo [esse cenário] com preocupação. A desunião favorece a extrema direita, e a história nos mostra que isso é o mais perigoso”, afirmou Celso Amorim à reportagem. “Vamos esperar”, acrescentou o conselheiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva

No Ministério das Relações Exteriores, o resultado do primeiro turno da eleição na França foi descrito como “previsto”.

O Reagrupamento Nacional obteve 33% dos votos, o que permite projetar entre 230 e 280 das 577 cadeiras da Assembleia Nacional — perto da maioria absoluta de 289. Hoje, a RN tem 88 deputados. Mas os números podem mudar, a depender dos resultados do segundo turno.

Em segundo lugar ficou a Nova Frente Popular (NFP), coalizão de esquerda e extrema-esquerda, com 28%. Em terceiro, com 21%, ficou o bloco Juntos, que inclui o Renascimento, partido do presidente Emmanuel Macron, o maior derrotado da eleição.

Eduardo Gayer/Estadão/Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo

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