A bancada do PP na Assembleia Legislativa quer negociar, logo após as eleições municipais, a adesão integral do partido à base do governo Jerônimo Rodrigues (PT). O desejo também tem sido manifestado pela maioria dos prefeitos da sigla, garantem os parlamentares.
Hoje, o PP segue dividido, porém a balança das lideranças do partido se inclina mais para o lado do governador, ou seja, uma parcela menor deseja seguir no grupo do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), sobretudo após a sigla sofrer uma queda brusca de pouco mais de 90 para menos de 50 prefeitos após a janela partidária.
A redução do tamanho do partido é vista como uma consequência direta da mudança de posição em 2022, quando o PP rompeu com o PT sob o comando do deputado federal João Leão, além da saída do ex-deputado federal Ronaldo Carletto, que migrou para o Avante e levou com ele parcela importante das lideranças pepistas no interior que almejava ficar ao lado do governo baiano.
A avaliação é que, após o pleito de outubro, as conversas “zeram” e recomeçam mirando 2026, quando Jerônimo pretende disputar a reeleição – provavelmente, contra o mesmo Neto. Os deputados estaduais pepistas esperam que Jerônimo ofereça uma secretaria ao PP a partir do início de 2025, quando deve fazer mudanças pontuais na equipe.
O governador já demonstrou publicamente interesse em ter o PP por inteiro na base, e não apenas os deputados estaduais. Já o presidente da sigla na Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior, também busca se aproximar do chefe do Executivo estadual.
Nos bastidores, a informação que circula é que o parlamentar tem o desejo de ver a esposa Camila Vasquez na vaga que será aberta no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) em julho de 2025 no lugar do próprio pai, o conselheiro Mário Negromonte, que se aposenta. Camila é procuradora do órgão e a vaga é reservada justamente à categoria.
João Leão e o filho, o secretário de Governo da Prefeitura da capital e presidente municipal do PP, Cacá Leão, seguem contrários à retomada de uma aliança com o PT. Na avaliação dos pepistas pró-Jerônimo, os dois teriam que desembarcar do partido em caso de uma decisão da Executiva de adesão ao Palácio de Ondina.
Para as eleições municipais, o PP firmou alianças com candidatos a prefeito ligados a ACM Neto na maioria das cidades mais populosas do Estado, a exemplo de Salvador, Vitória da Conquista, Camaçari e Lauro de Freitas. Em Feira de Santana, no entanto, os pepistas fecharam com o pré-candidato do PT e do governo, o deputado federal Zé Neto (PT). A costura foi feita por Mário Júnior e pelo deputado estadual Niltinho (PP).
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