O presidente Lula (PT) disse nesta sexta-feira (2), ao defender um programa de educação do governo, que uma mulher sem profissão será dependente dos outros e, se não se precaver, será agredida pelo marido.
“Uma mulher sem profissão vai ficar a vida inteira dependente dos outros. Vai casar e, se não tomar cuidado, o marido vai agredi-la e ela vai ficar com ele porque precisa dar comida para os filhos. Ninguém pode viver com alguém que seja violento contra mulher”, disse o presidente em Fortaleza, em frente a uma plateia com alunos da rede pública de educação.
A declaração foi feita menos de um mês após o presidente dizer que condena a violência doméstica, mas, “se o cara for corintiano, tudo bem”.
A declaração foi dada em meio a um comentário em que ele criticava a violência doméstica e elogiava a presença de mulheres em um evento com empresários do ramo alimentício.
Em nota divulgada pelo Palácio do Planalto na ocasião, após repercussão negativa, o governo afirmou que “em nenhum momento o presidente Lula endossa ou endossou” a violência contra as mulheres.
Nesta sexta, o mandatário disse que, se a mulher tiver um emprego, vai estar com alguém “não porque precisa de um prato de comida”.
“Uma mulher que é bem formada, que se chegar em casa e o marido for daqueles bem ranzinza, fala o seguinte ‘não sou sua empregada, sua filha, sou sua mulher. Se não me tratar com respeito, vou embora’”, afirmou Lula.
A cerimônia serviu para o governo anunciar a expansão do Pé-de-Meia. Ele foi criado em janeiro pelo governo com o objetivo de incentivar a permanência de estudantes de baixa renda no ensino médio com uma mensalidade para estudantes e uma poupança que poderá ser sacado após a conclusão do ensino médio, além de um bônus para quem fizer o Enem.
O programa já está em vigor e teve o primeiro pagamento, do incentivo-matrícula no valor único de R$ 200, em março, aos estudantes elegíveis matriculados em alguma série do ensino médio público.
O governo anunciou a expansão em 1 milhão o número de beneficiados pela poupança do ensino médio e também irá estender os benefícios aos alunos da educação de jovens e adultos (EJA) a partir de setembro.
Gustavo Nery e Artur Búrigo, Folhapress/Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil/Arquivo