Atingidos/as por mineração fundam associação de comunidades em Sento Sé

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O último sábado, 14 de dezembro, entrou para história das comunidades da Borda do Lago de Sobradinho, em Sento Sé (BA). Mais de 100 trabalhadores/as rurais se reuniram na comunidade de Retiro de Baixo para fundar a Associação da União das Comunidades Tradicionais Andorinhas, Aldeia, Itapera, Pascoal, Limoeiro, Retiro de Baixo, Retiro de Cima, Tombador, Cajuí, Volta da Serra e Ponta D’Água, a ASCOMSSÉ. As comunidades que fazem parte da Associação têm um grande histórico de luta pela terra, foram realocadas pela Barragem de Sobradinho na década de 1970 e, atualmente, são atingidas por uma mineradora de ferro, instalada ilegalmente no território ribeirinho.

A fundação da ASCOMSSÉ foi conduzida pela Comissão Pró-Fundação, que fez a leitura do Edital de Convocação e iniciou as discussões e votações de cada artigo do Estatuto da Associação, estabelecendo os consensos necessários para sua constituição, com grande participação das/os trabalhadoras/es. Ao final dessa etapa, a mesa encaminhou a votação geral do Estatuto, aprovado por unanimidade.

No sábado também foi feita a composição da primeira Diretoria da ASCOMSSÉ, para um mandato de três anos, bem como do Conselho Fiscal, composto por três titulares e dois suplentes, e do Conselho de Representantes de Base, constituído por dois trabalhadoras/es de cada uma das comunidades associadas. Para a Diretoria foram escolhidos os seguintes representantes: Márcio Liberato, de Retiro de Baixo, para a presidência; Marila Rodrigues, de Itapera, para a vice-presidência; Almerindo Cordeiro, de Cajuí, para 1º secretário; Gilberlândia Cruz, de Ponta D’Água, para 2ª secretária; Eliel Ladislau, de Andorinhas, para 1º tesoureiro; e Domingos Lima, de Tombador de Cima, para 2º tesoureiro.

O presidente da ASCOMSSÉ, Márcio Liberato, ressaltou a importância do momento para a defesa das comunidades que vêm sofrendo com o avanço da mineração na região. “Somos gratos a Jesus Cristo e a todos os irmãos e irmãs que nos confiaram esse projeto, daqui pra frente o trabalho precisa ser mais coerente e eficaz na busca de uma política organizativa na dimensão dessa rede de comunidades carentes e desassistidas”, afirmou.

Almerindo Cordeiro, da comunidade Cajuí, ressaltou o papel da ASCOMSSÉ no enfrentamento a esses empreendimentos que provocam diversos danos socioambientais. “Não tenho experiência de atuação em diretoria de associação, mas estou aqui para lutar por um bem maior: a vida”. Com esse mesmo espírito, Eliel Ladislau, da comunidade de Andorinhas, chamou a atenção para a “caminhada em conjunto”, salientando que seus “passos são orientados pela caminhada de todos em união”.

Texto e fotos: CPT Juazeiro

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