O ano de 2025 quando se inicia o mandato dos novos gestores municipais dos municípios brasileiros, sejam eles com mandatos renovados, sucessores eleitos, e os prefeitos estreantes na vida pública, traz também os novos desafios de governabilidade, diante de tantas dificuldades financeiras e problemas urbanos, sociais e de saúde pública, muitos deles herdados de administrações anteriores ou deixados sem conclusão, mas com algum recurso garantido, parcerias firmadas, e apenas esperando a continuidade das novas gestões.
No Vale do São Francisco, região Norte da Bahia, principalmente na área de cobertura do jornal A Notícia do Vale, cerca de 10 municípios, entre eles, Juazeiro, Casa Nova, Sobradinho, Remanso, Curaçá, e outros, a queixa mais comum desses municípios, é o endividamento público, e principalmente quando se trata de oposição, que não é nenhuma novidade para a opinião pública e a classe política dessas cidades, assim como também não é novidade culpar os antigos prefeitos, sejam eles, aliados ou não, mas de um passado assustador para os gestores atuais.
Mas, independente das culpas e dos responsáveis por ações danosas ao erário, esses municípios têm problemas maiores do que discussões de bastidores políticos e brigas judiciais que acabam por serem engavetadas e os verdadeiros culpados nunca punidos, até porque, a dívida é pública e o gestor eleito e empossado deverá assumir o compromisso total com o município, que queira ou não, inclui também o endividamento parcelado em 10, 20, 30 anos.
Quando existe a aliança política dos novos prefeitos, e mais ainda, quando esses prefeitos são do mesmo partido do governo do Estado e do governo da República, a situação não é tão catastrófica assim, mesmo diante de decretos municipais de calamidades pública e financeira, os governos estadual e federal, fontes das dívidas milionárias dos pequenos municípios do interior, ainda há esperança de uma negociação conciliadora e de juros mais acessíveis, e dentro das possibilidades de pagamento sem “arranhar” a reputação e os novos acordos financeiros dos municípios devedores.
Dívidas herdadas de gestões anteriores, que passam da casa dos 300 milhões, outros municípios menores, valores não tão expressivos, mas com o mesmo grau de dificuldade para quitar, representam, aparentemente um atraso na continuidade de obras importantes para as cidades, e no pior cenário, obras paralisadas, programas sociais e de saúde pública suspensos,
e até a dificuldade de honrar a folha de pagamento dos servidores municipais, principalmente da Educação, que tem calendário letivo a cumprir na primeira semana que antecede o carnaval.
E por falar em carnaval, o município de Juazeiro, que realiza todos os anos o seu tradicional carnaval antecipado, este ano, devido justamente ao Decreto Municipal de Calamidade Financeira, diante da enorme dificuldade que a cidade está passando, não realizará a festa popular de rua, e os festejos momescos ficarão para o próximo ano.
Contentes ou descontentes com a decisão da prefeitura de Juazeiro, o que se vê na cidade são apoiadores da não realização do carnaval, contanto que os investimentos em saúde, educação e infraestrutura sejam prioridade nesse primeiro momento de gestão.